Envelhecer é
inevitável — mas como envelhecemos está cada vez mais sob nosso
controle. A ciência vem desvendando os segredos da longevidade, e um
dos mais poderosos aliados para viver mais e melhor pode estar dentro
do seu próprio corpo: os músculos.
Longevidade
Começa pela Força
A sarcopenia — perda
progressiva de massa e força muscular — afeta milhões de pessoas
a partir dos 50 anos. Ela é silenciosa, mas devastadora: reduz a
mobilidade, aumenta o risco de quedas, compromete a autonomia e
acelera doenças crônicas.
Mas aqui está o segredo: a
sarcopenia não é um destino certo. Ela pode ser prevenida,
tratada e até revertida com atitudes simples e consistentes.
Ao contrário da
crença popular, não existe milagre genético ou pílula
antienvelhecimento: o verdadeiro aliado é o músculo, e justamente
por sua capacidade de garantir uma vida longa e, acima de tudo,
saudável, ele deve ser exercitado todos os dias. A longevidade não
é sobre consertar, e sim sobre prevenir. Ennio Tasciotti, explicou
isso no lançamento da campanha social Viva a
Idade da Meritene. (Nestlé
Health Science), (Meritene Puré é a refeição ideal
para cobrir as necessidades diárias de calorias e proteínas) - que
visa conscientizar os italianos sobre a importância de investir na
saúde todos os dias, e não apenas quando surgem os primeiros sinais
de fragilidade.
O
músculo é o órgão da longevidade
Segundo o cientista
Ennio Tasciotti, Professor Titular de Tecnologias Médicas
Avançadas para o Envelhecimento e Bem-Estar na Universidade San
Raffaele de Roma e Diretor do Programa de Longevidade Humana
do IRCCS San Raffaele em Roma, "a sarcopenia é o que
realmente nos torna mais velhos, no sentido de mais frágeis. No
entanto, ao contrário do que muitas pessoas pensam, a fragilidade
não é inevitável. "Na verdade, hoje sabemos que podemos
preveni-la, retardá-la e até mesmo revertê-la", explica o
especialista. Para fazer isso, você precisa de duas coisas simples:
comer bem e se manter em movimento. À medida que envelhecemos,
nossos corpos param de funcionar automaticamente e precisamos
repensar nossa dieta como uma verdadeira rotina diária. Os músculos,
para se manterem ativos, precisam de proteína: é sua matéria-prima.
Infelizmente, muitos idosos consomem muito pouco ou de
forma errada. Um estudo da
European Society for
Clinical Nutrition and Metabolism
concluiu que até 50% dos idosos não atingem a ingestão proteica
recomendada. As diretrizes são claras: pelo menos 1 a 1,2 gramas de
proteína por quilo de peso corporal por dia, e até 1,5 gramas se
você for frágil ou tiver uma doença crônica. E não basta comer
tudo no jantar: deve ser distribuído nas três refeições
principais. É um pequeno ajuste que faz uma grande diferença
porque, ao contrário dos carboidratos e das gorduras, que têm um
sistema de armazenamento (glicogênio no fígado e gordura
abdominal), as proteínas são utilizadas imediatamente ou eliminadas
pelo corpo. No entanto, também é crucial saber em quais proteínas
focar. "É sempre melhor escolher proteínas de alta qualidade,
como peixes, carnes brancas, ovos, leguminosas e iogurte grego. E
quando necessário, especialmente se o apetite diminuir ou a digestão
ficar mais difícil, você pode recorrer a um suplemento específico
que forneça proteínas de fácil assimilação, enriquecidas com
aminoácidos essenciais como leucina, valina e isoleucina —
os "blocos de construção inteligentes" dos músculos, que
agem como um interruptor, ativando a síntese proteica." Outro
aliado fundamental são os micronutrientes. "Os mais importantes
são a vitamina D,
que fortalece ossos e músculos; os ômega-3,
que ajudam a controlar a inflamação crônica e auxiliam na síntese
proteica; o magnésio
e a creatina, que
melhoram o metabolismo energético e o desempenho muscular",
explica o professor Tasciotti.
Importância
do Estilo de Vida na
Longevidade
A ciência confirmou
a importância do estilo de vida para um envelhecimento saudável. De
acordo com um estudo recente conduzido por pesquisadores da
Universidade de Oxford, nossa composição
genética é muito menos importante — especificamente, 10 vezes
menos importante — do que fatores ambientais na determinação de
como nossas vidas evoluem na terceira idade. Interação social,
nutrição adequada, prevenção e atividade física parecem ser os
fatores-chave para lidar melhor com o passar dos anos.
"Alguém que
tem 80 anos hoje, provavelmente não teve excesso de peso na
infância, certamente era menos sedentário, vivia em cidades menos
poluídas e tinha uma vida social mais vibrante e variada. Quando se
trata de longevidade, fatores como esses desempenham um papel
crucial, porque nossa história individual e geracional tem um enorme
impacto em "quanto", mas acima de tudo, em "como"
envelhecemos", explica o professor Tasciotti. “Isso
ressalta que o envelhecimento saudável, voltado para a longevidade,
é um processo que afeta todas as faixas etárias e não apenas
aqueles com mais de 65 anos. É uma abordagem que exige a
conscientização de que o desafio do envelhecimento bem-sucedido
deve ser enfrentado precocemente, adotando comportamentos protetores
e visionários o mais breve possível.
Nutrição
e exercícios são
fatores essenciais
Um estudo conduzido
pela Universidade de Stanford revolucionou nossa compreensão
dos mecanismos que determinam o envelhecimento. Pesquisadores
demonstraram que o envelhecimento não é um processo uniforme e
que cada órgão do corpo pode envelhecer em ritmos diferentes,
afetando nossa saúde e longevidade. O estudo também identificou
dois estágios críticos em nosso envelhecimento biológico: o
primeiro por volta dos 40 anos, o segundo por volta dos 60 anos. É
nesses momentos que o corpo apresenta as mudanças mais
significativas.
Embora a nutrição
desempenhe um papel crucial, o outro pilar fundamental para manter os
músculos saudáveis é o exercício. "Não há saúde muscular
sem exercício", enfatiza o Diretor do Human Longevity
Program. Bastam exercícios simples e acessíveis, realizados
regularmente. Caminhar rapidamente, subir escadas, fazer flexões
leves, levantar pesos leves: tudo isso, se feito com consistência,
realmente estimula a massa muscular. É como dizer ao nosso corpo:
'Ainda estou aqui, trabalhe duro para me manter em forma'. E não é
apenas uma figura de linguagem; um estudo publicado no The Lancet
Healthy Longevity confirmou que o treinamento muscular regular
reduz a mortalidade, a incapacidade e a perda de independência. É
um elixir para uma vida longa que não custa nada.
O
músculo se comunica com o cérebro
"O músculo
também conversa com o cérebro", explica o professor Tasciotti.
"Costumo repetir: mais músculo significa mais cérebro. O
músculo é um órgão verdadeiramente benéfico: ele produz
substâncias (miocinas) que protegem o coração, ativam o
metabolismo e melhoram a função cognitiva. O Baltimore
Longitudinal Study of Aging mostrou
que pessoas com boa força muscular mantêm suas habilidades
cognitivas por mais tempo. Em suma, movimentar-se e comer bem também
significa proteger a lucidez, a memória e a autonomia."
Exercitar os
músculos é, portanto, uma estratégia fundamental para evitar todos
os problemas de saúde que mais assustam as pessoas quando pensam em
envelhecer. De acordo com dados (referentes a 2024) divulgados pelo
Observatório Nestlé, criado para pesquisar os hábitos
alimentares e estilos de vida dos italianos, mais da metade dos
maiores de 65 anos (51%) se preocupa com o passar dos anos, com o
declínio cognitivo associado ao Alzheimer e à demência, e
com o declínio mental relacionado à idade em geral. As dificuldades
motoras são a segunda principal preocupação relacionada ao
envelhecimento, conforme indicado por 48% dos entrevistados. Enquanto
isso, mais de 4 em cada 10 italianos se preocupam com a potencial
perda de independência e autonomia funcional.
"Esses medos
sobre o envelhecimento são interessantes porque mostram como, com o
tempo, as prioridades mudam", conclui o professor Ennio
Tasciotti. "Quando ainda somos jovens, de fato, tendemos a
associar a longevidade à capacidade de envelhecer bem, muitas vezes
priorizando os aspectos estéticos. Questionamo-nos sobre como
manter uma pele macia e sem rugas, uma aparência saudável e jovem e
um físico tonificado e harmonioso. Para quem tem mais de 65 anos, no
entanto, a preocupação mais importante é, com razão, a
independência. Sentir-se forte o suficiente, cognitiva e
fisicamente, para levar uma vida ativa e independente. É
precisamente essa percepção — concreta, realista e focada na
qualidade de vida — que deve nortear nossa abordagem à longevidade
hoje: prevenir o declínio cognitivo e muscular não só é possível,
mas cada vez mais necessário.
Envelhecemos porque cremos nisso! - Cap. VIII
A Magia do Momento
Presente – Cap. 18
Fonte: Vanity Fair