giovedì 1 maggio 2025

Sonhos: Ilusão do Cérebro ou Viagem da Alma? Um Encontro entre Ciência e Espiritualidade

 



Todas as noites, ao fecharmos os olhos, mergulhamos em um universo onde as leis da lógica se desfazem e o impossível se torna cotidiano. Voamos sem asas, conversamos com quem já partiu, revisitamos lugares desconhecidos e, ainda assim, tudo parece natural. Mas afinal — o que são os sonhos? Ilusões da mente? Ou sinais de algo mais profundo, talvez uma viagem da alma?

A resposta depende do caminho que você escolhe trilhar: o da ciência ou o da espiritualidade. Ou, quem sabe, um ponto de encontro entre ambos.

Segundo a neurociência, os sonhos são um subproduto da atividade cerebral durante o sono, especialmente na fase REM (Movimento Rápido dos Olhos). Nesse estado, o cérebro continua ativo, mas áreas ligadas à lógica e ao pensamento racional, como o córtex pré-frontal, ficam menos funcionais. Por isso, aceitamos o absurdo com naturalidade nos sonhos: tudo pode acontecer, e raramente questionamos.
Sonhamos com rostos que não lembramos ter visto, cenários inéditos e histórias completamente inventadas. Para a ciência, isso não é mistério — é o poder criativo do cérebro. A mente é capaz de recombinar memórias, estímulos, traumas, emoções e percepções inconscientes em narrativas oníricas novas. Como um diretor de cinema trabalhando com fragmentos desconexos, o cérebro monta cenas e simbolismos que muitas vezes nem reconhecemos como nossos.
A mente é capaz de criar novas combinações a partir de fragmentos de experiências passadas — mesmo que inconscientes. Você pode ter visto um rosto por 2 segundos na rua e ele pode aparecer num sonho anos depois, misturado com outro rosto.
A criatividade onírica é intensa: o cérebro, livre das amarras da lógica, pode inventar coisas novas com base em emoções, símbolos ou até necessidades internas (medos, desejos, traumas).


A razão parece "adormecida" nos sonhos
Durante os sonhos, especialmente os mais vívidos, nossa capacidade crítica e racional está enfraquecida. O cérebro está ativo, mas áreas como o córtex pré-frontal, responsável pela lógica, julgamento e autocontrole, estão menos ativas. Por isso, podemos aceitar absurdos (como voar, falar com mortos ou estar em dois lugares ao mesmo tempo) como se fossem normais. É como se estivéssemos assistindo, mas sem intervir.

Mesmo que a mente consciente não "reconheça", o cérebro armazena e recombina informações de formas surpreendentes. Mas isso não elimina a possibilidade de que haja algo mais — uma parte da experiência que a ciência ainda não consegue explicar plenamente.

O Chamado da Espiritualidade: O Espírito em Viagem
Em diversas tradições espirituais — do espiritismo ao xamanismo, do hinduísmo ao sufismo — os sonhos são considerados portais. Durante o sono, a alma ou o espírito se desliga parcialmente do corpo físico e viaja por planos mais sutis, onde pode encontrar outras almas, receber mensagens, revisitar vidas passadas ou experimentar lições fora do tempo.
Para quem trilha essa visão, sonhar com o desconhecido não é criação, mas lembrança. Não se trata de invenção cerebral, mas de experiências reais em outras dimensões de existência. Se você sonhou com algo que nunca viu, talvez realmente tenha vivido isso fora do corpo — em uma dimensão espiritual, em vidas passadas, ou em contato com outras consciências.
O que em ciência se chama de “ativação neural”, na espiritualidade pode ser interpretado como “despertar da consciência”.

O Inconsciente Coletivo: O Elo de Jung entre os Dois Mundos
Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, talvez seja a ponte mais rica entre esses dois mundos. Ele acreditava que, além do inconsciente pessoal (feito de nossas memórias e traumas), existe um inconsciente coletivo: um campo simbólico compartilhado por toda a humanidade que contem imagens e ideias que vão além da experiência pessoal, ligando o indivíduo a uma espécie de "banco de dados" universal

Nesse campo residem os arquétipos — imagens e padrões universais como o herói, a mãe, o velho sábio, a sombra. Sonhar com símbolos que nunca vivenciamos, mas que nos impactam profundamente, pode ser a expressão desses arquétipos atuando. Eles falam com nossa alma numa linguagem mais antiga que a razão.
E aqui está o ponto: o inconsciente coletivo não nega a ciência, mas amplia sua visão. Ele sugere que nossos sonhos não são apenas pessoais — são também humanos, ancestrais, espirituais.

Sonho ou Despertar?
Seja você um cético ou um buscador, talvez o mais importante não seja "de onde" vêm os sonhos, mas o que eles querem dizer. Eles podem ser pistas da alma ou do cérebro, mas quase sempre carregam verdades profundas, simbólicas, curativas.
Num mundo cada vez mais racional, sonhar ainda é um dos últimos redutos do mistério. E talvez seja nesse espaço misterioso — entre sinapses e espíritos, entre ciência e alma — que algo maior nos observa, silenciosamente, todas as noites.

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