sabato 26 giugno 2021

Capitalismo Intangível e o novo conflito social

 


“Até 2030, as novas gerações do Oculus permitirão que os usuários se teletransportem de um lugar para outro sem sair do sofá. Não apenas para jogos e entretenimento, mas também para trabalhos. E essa evolução também trará enormes benefícios ao meio ambiente, pois reduzirá drasticamente as emissões provocadas pelas aeronaves e automóveis ”. Mark Zuckerberg

“É a mudança que continua, a mudança inevitável, que é o fator dominante na sociedade de hoje. Nenhuma decisão sensata poderá mais ser tomada, sem levar em consideração não só o mundo assim como ele é, mas o mundo como será ”.

“Vivemos no que o filósofo Luciano Floridi chama de“ infosfera ”, um espaço relacional nem online nem offline onde tudo está sempre conectado. Não é físico, não é virtual. Eu olho para a "infosfera" e vejo que esta é a soma de uma dimensão material, composta de bens tangíveis, e uma imaterial. Este material e imaterial não são sinônimos de real e virtual. O real pode ser tanto material como imaterial.” Stefano Quintarelli

A citação de Isaac Asimov é perfeita para o mundo em que vivemos, onde as mudanças na sociedade são mais rápidas do que nossos pensamentos, dos cidadãos e das instituições. As revoluções não nascem mais com as religiões, com novas filosofias ou novos modelos políticos ou sociais como no passado, mas cada vez mais, nasce de uma nova tecnologia, um novo produto, um novo serviço, uma nova inovação intangível que revoluciona o mundo.

Mark Zuckerberg com o Facebook e redes sociais, Steve Jobs com o iPhone, Jeff Bezos com a Amazon, Larry Page e Sergey Brin com o Google... revolucionaram a dinâmica social, cultural e econômica mais do que qualquer presidente de Estado, mais do que qualquer movimento revolucionário e de contestação, ou ação divergente de cidadãos e comunidades que tentam de baixo mover ou modificar o tecido social e político mais difundido.

O poder e o domínio indiscutível das nações, pela primeira vez, começa a ser danificado pela Companhia Holandesa das Índias Orientais, a primeira multinacional que reivindica com a obra de Ugo Grotius no livro Mare Liberum a possibilidade de atacar e depredar um navio português, (Ecologia do direito, política, bens comuns de Fritjof Capra, Ugo Mattei), e hoje as partes e as relações de poder estão completamente invertidos entre democracias, povos e multinacionais.

Pode ser pior na sociedade e cultura pós-industriais, ou mesmo definido por alguém como uma empresa de inteligência artificial?

Na pesquisa “Cultura2030” a palavra inteligência aparece 19 vezes e em 12 desses casos se fala de inteligência artificial. O capitalismo intangível e a inteligência artificial são os protagonistas do nosso futuro, e enquanto esses atores mudam nossa realidade de forma radical e rápida, nós, cidadãos, temos um conhecimento tão superficial e tão pouco difundido que é constrangedor para o correio e para as mudanças em jogo.

As instituições governamentais também permanecem inadequadas e somente com o envolvimento real dos cidadãos e um amplo processo de transparência é que podem enfrentar esse desafio e recuperar terreno.

Basta lembrar que tivemos que esperar por alguns escândalos como Cambridge Analytica e 14 anos de escutas telefônicas de massa (Datagate) que surgiram graças a Edward Snowden, que hoje tem asilo político na Rússia, para ver alguns avanços no tema da proteção de dados do cidadão em mãos das multinacionais do capitalismo intangível.

De 2001 a 2015 houve a maior espionagem de massa da agência norte-americana NSA contra cidadãos norte-americanos e estrangeiros, com a colaboração de empresas como Apple, Facebook, Google, Microsoft, Skype e Yahoo, interceptando 46 milhões de ligações so na Itália, chefes ou ex-chefes de Estado, como Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy, François Hollande, Angela Merkel, graças a uma lei de Bush prorrogada por Obama em 2012 com a colaboração da inteligência britânica.

Só depois de ter transferido os dados de cidadãos europeus para os EUA com o Safe Harbor durante anos, a Europa introduziu o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR), que estabelece limites mais rígidos sobre a possibilidade de uso dos dados pessoais com penalidades muito importantes. De fato, a Europa chega depois que os grandes intermediários intangíveis impuseram suas condições na forma de cláusulas contratuais aceitas pelos usuários.

Nos termos da Diretiva europeia 95/46/EC de proteção de dados pessoais, companhias operando no território europeu não podem enviar dados pessoais para países fora da área da União Europeia a não ser que garantam um nível adequado de proteção. O acordo “Safe-Harbor” foi negociado entre o Governo dos EUA e a União Europeia como forma de oferecer um meio para as empresas poderem compactuar com as normas da Diretiva, evitando problemas de ordem legal.

 “Acredito que precisamos responder como a sociedade Ocidental respondeu à revolução industrial, isto é, com mais intervenções orientadas ao mercado, favorecendo menos concentração de informação e regulamentação de externalidades negativas. Acredito que não devamos ceder à lógica da inevitabilidade dos sistemas fechados e devemos nos manter firmemente no lado da abertura.

Para enfrentar a revolução digital precisamos de um pacote compreensivo de medidas baseadas em princípios do que já fizemos no período da revolução industrial: novas formas de tributação, inovações no bem-estar social, direitos do trabalhador, controles públicos com garantias para consumidores etc.

Mas isso dificilmente pode ocorrer sem consciência desse novo conflito de intermediação entre a informação de um lado e a produção (isto é, a combinação de capital e trabalho) do outro e sem essa consciência se traduzir em ação política.

Para que essa ação política ocorra, é necessário para os intermediários exigi-la por meio de sua conscientização: Intermediados do mundo, uni-vos!” Stefano Quintarelli

 As ciências que são invisíveis – Cap. XVII

Fonte: Il fatto quotidiano.it/

martedì 15 giugno 2021

Sobre Sentimentos, Pandemia e flores

 


Uma linda e realista reflexão, extravasada da veia literária da jornalista Samuelita Santana

Um maço de flores bateu à minha porta. O olhar divertido por trás da máscara do entregador tentando captar as emoções da surpresa, me advertiu de súbito que eu não deveria de forma alguma pronunciar a frase que quase escapa da boca: “são pra mim?”. Não, eu não disse isso. Apenas agradeci e esperei gentilmente que ele se dirigisse ao elevador enquanto fechava com toda a educação possível a porta. Exibi então pra mim mesma toda a surpresa contida enquanto olhava para o belíssimo buquê de flores frescas e coloridas, ao mesmo tempo em que vasculhava pelo ambiente um vaso apropriado para acolhê-las.

Procurei entre as flores qualquer indicação do remetente e vi um delicado cartão azul turquesa preso à folha transparente que embalava as flores. Saquei rápido e me deparei com uma curta frase: “Que esssas flores possam colorir seu dia, perfumar o ambiente e suavizar as horas sombrias dessa pandemia”. “Jesus!- pensei – que coisa bacana”. Revirei cartão e envelope e nem um traço sequer do remetente. Remexi de novo e com cuidado as flores e nada estava lá além da lindeza delas.

Quem será que me enviou essa perfeição? Me perguntava intrigada.

Até finalmente decidir que deveria desistir de questionar e curtir o presente tão esplêndido e bem vindo.

Há quase uma semana desse epsódio, ninguém apareceu para assumir as flores. Fato que me fez pensar profundamente sobre os sentimentos, impactos e gestos que nos cercam nessa pandemia. “Al de lá” dos pavores, dos medos, da tristeza pelos tantos mortos, das polêmicas e dos furores que essa crise sem precedentes nos trás, o que nos resta e o que ficará impresso em nossas vidas quando tudo isso passar? Sim, porque vai passar.

O show deve continuar

Tentei fazer uma viagem ao meu redor para entender os meus próprios sentimentos, reações, sensações, rotinas e adaptações. Nada parece como antes. Há uma certa paralisia instalada e a impressão é que o vigor da vida foi cancelado ou ficou preso em algum lugar lá fora. Sim, há o brado retumbante, inclusive dentro de mim, brado retumbante de desistir, deprimir, se abater, jogar a toalha, essas coisas. O mesmo brado que nos acorda e nos faz olhar pela vidraça quando o dia amanhece e constatar, de fato, uma lenta mas real pulsação acontecendo lá fora. Os carros passam, as janelas se abrem, os negócios reiniciam, as crianças choramingam, os vizinhos conversam, tilintando pratos e talheres.

Mas há uma certa tristeza, sim, estabelecida no ar. O silêncio dos que já não podem se fazer ouvir nos golpeia, abate. E aquele céu azul que faz lá fora já não é um convite para sair e celebrar a vida. Fico refletindo e me perguntando se essa não seria, além do sentimento de tristeza pelos que partiram, a sensação responsável pelo estado de prostração que às vezes nos domina e esgota. Dessa mobilidade que a vida sã nos oferecia, independente do dia, hora ou lugar e que a pandemia nos tolheu.

Todo santo dia era dia de sair e viver. Hoje, com um pouco mais de mobilidade em relação ao pico da crise, mas ainda isolados, evitamos prudentemente absorver a vida. Em nossos casulos e células, buscamos da melhor maneira possível reinventar rotinas, modos de fazer, produzir e tocar o barco. Mas, como seres sociais que somos, finalizamos o dia com uma certa sensação de vácuo, adiamento e inadequação.

Faltou o quê? 

Me pego não raras vezes questionando.

A estranheza só aumenta quando passamos a focar longos momentos do dia observando a vida ativa, produtiva, animada e veloz que exibe-se tão fluida nos posts das redes sociais. Parece até que nós, e apenas nós, estamos fora do circuito, um tanto embotados, aquebrantados e sem ânimo para intervir tão ativamente no mundo, frutificar, ofertar, abundar, motivar, criar. É como uma janela que se abre irrompendo um mundo paralelo, fictício, irreal. Mas do lado de cá, do lado diário de cada um, as sensações de cansaço e abatimento, os sentimentos de perda, insegurança e perplexidade, os arroubos de raiva e inconformismo são reais e estão bem ali, dentro e perto de nós.

Emoções que inquietam o sono e nos fazem pensar sobre o dia seguinte, sobre a rotina inventada e melancólica, sobre o sonho de quando, enfim, se fechará a cortina do “novo normal “, nos levando de volta à “coxia” segura da normalidade perdida, ao “velho normal” que a pandemia levou e que, na verdade, já não nos parece tão ruim assim.

Naturalmente são sentimentos e sensações que captam a todos nós, no mundo inteiro, com maior ou menor intensidade e a depender do dia. Podemos até ficar imune ao vírus, mas dificilmente ficaremos imunes ou indiferentes aos infortúnios, contratempos e impactos que ele traz, as marcas que deixou pelo caminho, as mudanças que causou. Por mais otimistas e dinâmicos que sejamos.

Há, sim, os que se abatem mais. E os que se abatem menos. Há os que entre um sentimento e outro, entre um dia e outro, levantam ofensivos, pelejadores. E de fato reagem, progridem, motivam. Assim como a pessoa que me enviou flores, apenas para embelezar, perfumar e suavizar o meu dia. São gestos que brotam em meio ao furor de uma pandemia politizada, provando a singeleza, a sensibilidade, a exuberância da vida e a empatia do ser humano. 

Assim como o sol continua a nascer e se pôr, todos os dias cumprindo religiosamente o seu papel, gestos assim, como o das flores, reafirmam a nossa fé na humanidade.

O mundo está vivendo um Inverno Espiritual! - Cap.XX

mercoledì 9 giugno 2021

“Tang ping” e “Yolo Economy” - negano il denaro come misura della felicità


Stufi e stanchi delle pressioni inflitte dalla società, i giovani iniziano una ribellione silenziosa alle interminabili ore in ufficio e alle esigenze di un mondo materialista. Un mercato del lavoro competitivo e al tempo stesso precario, un costo della vita sempre in crescita, un peso politico poco rilevante.

I giovani under 30 in Cina e anche in America, hanno costruito un nuovo mood di vita che vogliono aderire per affrontare la pressione che un giovane contemporaneo deve subire.

In Cina, per dire basta a tutta questa pressione sociale, i giovani hanno creato la filosofia di vita “Tang ping”, che letteralmente significa “sdraiarsi a terra”.

Secondo i giovani asiatici, il lavoro assume quasi totalmente un fine competitivo e vince solo chi riesce ad arrivare prima al traguardo. La società chiede di essere più produttivi per misurare il successo personale e sociale, la risposta è non fare nulla, sdraiarsi e guardare la vita che scorre.

L’altra filosofia, viene dalla terra a stelle e strisce e si chiama “Yolo Economy”. Indica quella tendenza diffusa tra giovani che, dopo il virus, lasciano un lavoro indigesto e poco remunerativo per creare una propria impresa.

Una nuova mossa che propospetta una ripresa per i giovani che puntano a fare l’impresa invece che subirla da un capo indesiderato. Under 40 che vogliano reinventarsi con una nuova mansione o un nuovo aspetto della propria mansione: inedito e fino a poco tempo prima, misterioso e non conosciuto.

Il trend, come spesso accade per le mode nate nell’ultimo periodo, si è diffuso, acquistando sempre più popolarità, grazie ai social.

Su Tieba, una delle piattaforme più popolari in Cina, la discussione si è spostata sul social Weibo per approdare infine su Douban, dove oltre 6 mila persone hanno creato un gruppo che celebrava il movimento “tang ping”. Qui la filosofia ha cominciato a strutturarsi, con linee guida e mantra: negare il denaro come misura della felicità. Il concetto è piaciuto, la sua ascesa è stata rapidissima.

“Dal momento che non c’è mai stata una tendenza ideologica che esalti la soggettività umana nel nostro Paese ne creerò una io stesso: Tang ping è il mio movimento razionale. Solo stando a terra l'uomo può diventare la misura di tutte le cose.”

“Secondo gli standard tradizionali, uno stile di vita dignitoso implica lavorare sodo, ottenere buoni risultati nelle valutazioni del lavoro, lottare per acquistare un'auto e una casa e avere figli. Tuttavia, procrastino il lavoro ogni volta che posso, mi rifiuto di fare gli straordinari, non mi preoccupo delle promozioni e non faccio parte del teatro all'interno delle compagnie.” Testimonianza raccolte da Sixth Tone.

Una fase di involuzione

Il termine "involuzione" (内 卷 化) circola da mesi in alcuni media cinesi. Si riferisce al punto in cui ciò che una volta era percepito come progresso (più lavoro, scalata della piramide sociale, possibilità di accedere a un'istruzione superiore) diventa una trappola per le nuove generazioni. La Cina è oggi un paese più prospero. I giovani sono cresciuti in ambienti meno poveri e più competitivi. Le città sono diventate dei veri mostri economici. La domanda è più alta, ma anche la possibilità di fallimento.

In Cina le generazioni nate tra gli anni '90 e '00 hanno vissuto una forte "involuzione" (...) I loro genitori li hanno sempre spinti a studiare sodo, iscriversi a corsi e corsi extracurriculari e a non prendersi un solo giorno di vacanza. I risultati erano spesso la mancanza di sonno e l'estremo deterioramento della salute fisica. Il futuro ideale che sognavano si è rivelato non esistere. Vengono criticati se tornano nelle loro città d'origine, ma grandi città come Pechino, Shanghai, Shenzhen e Hangzhou si stanno togliendo la vita. Non importa quanto duro lavorino (tutto il giorno, sei giorni, sette giorni alla settimana), i loro capi non sono mai soddisfatti. I loro sforzi sono inutili contro l'infinita "involuzione" della società che li consuma.

Chi appoggia la Tang ping rifiuta di fare straordinari e non si preoccupa delle promozioni al lavoro. Apatia e passività sono diventate il mezzo per rispedire al mittente le eccessive richieste che la società muove ai giovani. Sui media cinesi, in riferimento al fenomeno, si parla in questi giorni di “involuzione”: ciò che un tempo era percepito come pregresso è riconosciuta come trappola dalle nuove generazioni.

"Tang ping" è solo l'ultima di una lunga serie di filosofie trascurate: dalla "cultura cantata”, al rifiuto di partecipare alla ruota dell'iperproduttività del lavoro; fino a "ge you slouch", un meme che sintetizzava l'atteggiamento rassegnato e ironico di un'intera generazione di fronte a un modello di vita che pretendeva molto e offriva loro molto poco. La cosa più rivoluzionaria non è bruciare contenitori, è fare un pisolino.

La lotta per la sopravvivenza è necessaria o è una falsa credenza? Capitolo XIII


https://magnet.xataka.com

https://www.huffingtonpost.it