sabato 2 aprile 2022

Revista Mulheres de Sucesso - Entrevista


 Booktrailer - Prisões Invisíveis: Liberte-se


A verdadeira prisão é a mental.

"Os homens não são prisioneiros do destino, mas de sua mente". Então, se você quer ser verdadeiramente livre, precisa derrubar as paredes mentais que lhe condicionam. (Booktrailer)


Entrevista a Eliude Santana

Por Elaine Giassi, Psicóloga, Psicanalista, Life e Business Coach e Mentora de Mulheres 

Quais são os maiores desafios que você enfrentou para se afirmar como escritora no Brasil e na Itália?

Os desafios que os escritores enfrentam para conseguir alavancar sua carreira, principalmente os independentes, são constantes e nada fáceis. Mas o maior desafio que enfrentamos, tanto na Itália como no Brasil, é o fenômeno da “preguiça de ler”. As estatísticas confirmam que brasileiros e italianos são povos que lêem pouquíssimos livros. E nada parece afastá-los desses hábitos estabelecidos, nem mesmo com o advento dos e-books. Uma das causas seria a falta de politicas escolares efetivas e motivação para a leitura. No brasil, a causa pode estar especialmente na base escolar que é defasada e tendo-se uma economia limitada, dificulta o acesso ao livro e, consequentemente, a compreensão de que a leitura, além de ser um meio de entretenimento agradável, è fonte de conhecimentos pode melhorar substancialmente a qualidade de vida em vários setores. Mas para quem ama o que faz, as dificuldades não impedem de realizar um sonho.

Como surgiu a inspiração para escrever seu livro? Qual a sua maior motivação?

Mais que uma inspiração, o livro “Prisões Invisíveis: Liberte-se” para mim é como uma missão. Ajudar o leitor a olhar com mais confiança além da linha do seu horizonte. Sair do foco daquela linha de incerteza que muitas vezes nos leva a achar que não somos merecedores ou que somos vitimas dos eventos externos sem dar-se conta que somos aquilo que pensamos ser. Procuro alertar aos menos avisados sobre o porque e como os eventos que nos acontecem não são aleatórios nem questão de sorte ou azar. Porém, não o considero um livro de auto-ajuda mas rico de indicações com várias alternativas, para ninguém se sentir ancorado no que for lendo e criar mais um programa mental induzido. O leitor deve ser apenas estimulado e com isso, sair na busca do que achar que realmente é melhor para si mesmo.

Qual a principal mensagem que a sua obra traz para os leitores?

Um dos aspectos da nossa sociedade contemporânea é que estamos perdendo cada vez mais o contato com nossa natureza e se afastando da nossa verdadeira essência. Parece óbvio que conhecemos a nós mesmos, mas na realidade muitos de nós não se conhecem. A vida agitada que levamos e os hábitos que temos, nos distanciam cada vez mais do que realmente somos.

Minha intenção primária é a de procurar relembrar a unicidade de todas as coisas e a importância da compreensão de quanto dependemos dessa conexão para todos os setores da vida e quanto é ilusória o que achamos ser a nossa realidade. Achamos que somos seres isolados e separados de tudo mas na realidade, estamos conectados com todos e com tudo no universo através das nossas vibrações. Tudo o que existe é uma única coisa - A Mente Universal.

O que você entende quando cita no seu livro que precisamos ser "autênticos e abandonar a mentalidade de rebanho"?

Muitos conceitos e preconceitos foram criados historicamente, sendo-nos impostos, e lentamente fomos deixando que os hábitos e desejos inúteis, de todos os tipos nos intoxicassem sem que tivéssemos sequer nos dado conta. Assim, através da Indústria Cultural, operada pelos meios de comunicação massivos, fomos abraçando uma mentalidade de rebanho e permitindo que o mecanismo do pensamento de massa imperasse sobre a humanidade sem movermos um dedo. A indústria cultural tornou-se a expressão de uma cultura de homologação de consciências, subjugando o homem, dando-lhe os valores em que deve acreditar, os ideais de vida que deve desejar e até como e quando se divertir. Precisamos nos recriar como seres originais, criativos e autênticos, deixar a escravidão da obsolescência psicológica e reinventar nossas existências com a liberdade do nosso verdadeiro ser.

Você também dedica uma parte do seu livro ao assunto Zona de Conforto. Essa zona é boa ou ruim, e sobretudo o que significa realmente sair da Zona de Conforto?

Não podemos dizer que a zona de conforto seja algo exatamente ruim. Pelo contrário, ela é onde cada um de nós pretende estar. Existe, porém, aquele espaço de acomodação que muitos confundem com a zona de conforto porque nos sentimos protegidos, seguros, mesmo sabendo que certas situações, apesar de serem cômodas, já não nos satisfazem completamente. Mesmo assim, nada fazemos para sair das suas arestas, limitando as nossas oportunidades, tal como qualquer hábito faria. O maior perigo de se acomodar nesse “recinto seguro” é o de não se dar conta do quanto a nossa vida ficou restrita dentro dele e, via de regra, com as mesmas dinâmicas e concepções.

Na sua opinião o hábito de pensar e fazer perguntas pode contribuir para o nosso sucesso?

Sim. A curiosidade é o modo que temos de nos abrirmos às experiências e de desenvolvermos conhecimentos. Esse hábito positivo se torna agradavelmente estimulante e pode dar uma nova guinada em nossas vidas. Infelizmente, usar o pensamento é considerado por muitos algo árduo. No entanto, todos os grandes homens que deixaram marcas na história, além de inteligência e determinação, têm em comum a curiosidade positiva. Ser curioso e pensar fora dos padrões permitiu-lhes encontrar a maneira de atingir os seus objetivos.

Você cita no seu livro que o " hábito não faz o monge mas influencia a primeira impressão", por que isso acontece e de que modo podemos ficar atentas a esse fato para um melhor posicionamento como mulheres de sucesso?

Se diz que "você nunca terá uma segunda chance para causar uma boa primeira impressão". A ciência vem investigando a socialização humana, constatando que os primeiros dois minutos de um encontro condicionam as emoções, pensamentos e o julgamento que cada um de nós faz do outro.

Aparecer em nosso melhor perfil desde os primeiros minutos de nossa atuação comunicativa contribui de forma incisiva para o bom andamento de nossos relacionamentos e consequentemente para a concretização de nosso sucesso. Para sermos imediatamente percebidos como pessoas agradáveis ​​e credíveis, é necessário também, ter um profundo conhecimento do nosso potencial. Esse tipo de julgamento é emitido tanto por nós quanto pelos outros e, portanto, devemos nos preparar e garantir que a impressão que estamos tentando dar coincida com a que nossos interlocutores têm de nós. Colocando-nos de maneira cordial, criamos imediatamente uma conexão empática e oferecemos aquele calor que nós mesmos buscamos.

O hábito nem sempre faz o monge, mas aos olhos de quem vê, a roupa conta. O aspecto físico e a atenção à aparência de fato pesam muito nas primeiras impressões, em todas as áreas. Muitos experimentos nos dizem que pessoas bem vestidas são inconscientemente consideradas mais críveis.

Qual conselho você pode dar para as nossas leitoras em relação aos esquemas. Como identificar e sair dos esquemas que nos limitam?

Premissa que todos temos e precisamos de padrões mentais, pois são eles que nos possibilitam enfrentar a vida diária com maior facilidade. Mas erramos quando deixamos que certos esquemas nos governem.

Não existe uma fórmula precisa para como sair de um esquema fossilizado na mente, pois a resposta deve partir sempre de dentro de nós. A partir do momento em que você recebe uma fórmula “vestida” de conselho, que não tenha partido do seu eu profundo, você estará apenas abraçando um novo conceito ou um novo modelo de pensamento estabelecido por outros. Então, em vez de sair de um esquema, você estará acrescentando um novo que irá fomentar a prisão em que já se encontra, pois está se deixando guiar por outras mentes.

Reconhecer as crenças limitantes que nos bloqueiam é doloroso e difícil porque tira os filtros e os tijolos sobre os quais construímos a nossa existência. Na maioria das vezes, as crenças limitantes atuam como mecanismos de defesa. Assim, estamos dispostos a fazer qualquer coisa para confirmar que estamos certos em nossos pensamentos.

A questão mais importante é procurar enxergar, questionar e trazer os esquemas limitantes para a consciência, intencionando mudá-los. E essa é uma tarefa difícil. Refletir sobre os seus padrões mentais lhe ajudará a definir qual é o melhor a ser utilizado em um determinado momento e quais te limitam ou alavancam em direção ao esperado. Essa é a melhor maneira para entendermos o quanto somos influenciados pelos nossos padrões de pensamento, crenças e o quanto repetimos, no automático, determinados comportamentos em diversas situações.

Contudo, a melhor forma de quebrar um paradigma é se porpor à uma repogramação: romper com antigos padrões e estabelecer um novo modelo de ação. O método mais conhecido para reprogramar o inconsciente é a repetição, tanto escrita como audível, garantindo assim que o que pensamos conscientemente, penetre na mente inconsciente.

Através da repetição, você estará inserindo esse novo comportamento em você e o velho esquema morrerá por falta de “nutrição”. Existem poucas maneiras de sobrescrever informações no subconsciente e uma delas é a repetição. Ao repetir uma frase milhares de vezes por dia ou escrever um conceito centenas de vezes, se obtém uma influência sobre o inconsciente. A repetição é a mãe de todas as habilidades.

Sair dos esquemas é fundamental se quisermos ter ideias inovadoras. O indivíduo que enxerga fora da caixa tem pensamento crítico e atitude para inovar, criar e empreender.

Da mesma forma que adquirimos certos hábitos comportamentais e de pensamento que não nos levam a lugar nenhum, também podemos decidir aumentar nossas consciências sobre a maneira como agimos, adotando outras mudanças conscientes e novos pontos de referência.

As mudanças sempre são positivas, pois de uma forma ou de outra, nos tiram da zona de conforto e isso nos obriga a ativar o nosso mundo interior, fazendo com que nos adaptemos às novidades. Portanto, o que precisamos é criar um sistema de crenças que ajude-nos a ter atitudes otimistas, compassivas e que nos impulsionem para encontrarmos soluções destinadas a construir caminhos de harmonia e sucesso.

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