A propósito do Covid
A prevenção é sabedoria, mas nem tudo pode ser previsto ou prevenido, há acontecimentos que nos pegam de improviso e nos encontramos despreparados, como vivenciamos no drama social da pandemia de Covid-19 e variantes subsequentes.
Maria Fida Moro, senadora na 10ª Legislatura e jornalista italiana, primeira filha do ex.presidente italiano Aldo Moro, em um de seus esplêndidos discursos sobre a Covid:
“Bem, vocês realmente acreditam que somos todos estúpidos?!
O alerta permanente, por muito tempo, no final obtém o efeito contrário como na famosa peça “Pedro e o Lobo” cuja moral da história é: à força de contar sempre mentiras, você não é mais acreditado mesmo quando diz a verdade.
Enquanto você se apavora a cada boletim, a vida continua mesmo sem você.
A segurança não existe, em qualquer nível ou forma, mas no entanto, é preciso viver, trabalhar, ir à escola, fazer coisas do dia-a-dia, viajar, descansar. Enquanto você se apavora a cada boletim, a vida continua com ou sem você. Existe em você o terror pelas nuances da vida da qual a morte é parte integrante. A vida está sempre em construção e nos coloca à prova constantemente. Pode não haver cura, ou vacina para todos os males, não porque o remédio não exista, mas porque quando se resolve um problema, surge imediatamente um outro porque a vida é movimento e se reconstrói de varias maneiras. A vida cura a si mesma: faz isso há milênios.
Devemos aprender a existir em paz e a conviver com as coisas ruins também. Devemos dar paz uns aos outros caso contrário a nossa, nunca será vida, mas puro terror. Deixe as crianças irem para a escola da maneira que for possível. Deixe que elas - e nós também - respirem oxigênio e não dióxido de carbono.
Lembre-se de que a vida se move em direção à vida e não, como tendemos a pensar, em direção a um esquecimento sombrio.
Em nossa época - chamada civil - falta a cultura da Morte, que é apenas um momento de transição para um extraordinário melhor que nem podemos imaginar, porque estamos limitados pelo jogo de role-playing que estamos vivendo aqui.
Se ao menos nos lembrássemos se tivéssemos um vislumbre da magnificência que nos espera, partiríamos imediatamente.
Pare por um momento para respirar lentamente e olhar ao redor.
A beleza nos fala de amor, alegria e verdade. Alguma vez você deve ter visto um recém-nascido seráfico dormindo, a salvo de tudo, em seu lugar no cosmos.
Nos agitamos demais e, em vez disso, deveríamos desacelerar. A eternidade É. Não vem e vai: é o nosso destino cósmico - ninguém pode tirá-lo de nós - a eternidade sempre foi e será para sempre, está aqui neste preciso momento, estamos juntos com ela em todas as coisas.
Gotas do mar, grãos de areia, altas montanhas, pequenas flores delicadas, galáxias sem confins.
Se nosso destino é o Eterno, o que você quer que um vírus faça conosco que também tem um lugar e uma função na criação?
Estamos aqui com um propósito muito específico, experimentar e escolher, depois de muitas tentativas e erros, o AMOR de onde viemos e que mantém tudo junto.
Nosso destino não é sofrimento nem morte, mas luz brilhante e alegria sem fim.
Não nos permitamos ser trancados em um casulo de números, mas deixemos que a alegria, que é a expressão máxima da própria vida, esteja em todos os lugares e para todos.
Nós, Gaia, Covid, o clima, as doninhas, os gambás e os cristais de rocha, os guerrilheiros, os afro-americanos, os doentes... somos um, e estamos jogando juntos o jogo da vida que nos traz de volta como um rio, curva após curva, para a maravilha iridescente de onde viemos e para a qual todos inevitavelmente retornaremos.” (Maria Fida Moro)
Lockdown– A tendência forçada para se olhar fora da caixa - Cap. 10
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