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Inteligência Artificial – Seremos Todos Homens-Híbridos?
Nos últimos dias se concluiu a primeira temporada da série de
ficção científica - Westworld –,
campeã de audiência na HBO, inspirada no filme, com o mesmo nome, de Michael
Crichton de 1973. Westworld Narra a
dinâmica de um "parque de diversões", emulando o Velho Oeste americano,
habitado por andróides e visitado por seres humanos de moralidade duvidosa.
Westeworld procura mostrar a “humanidade”
dos robôs e a presunção do ser humano em querer ser perfeito e estar no
controle da situação, ao nível das máquinas. Este é o leitmotiv do mundo virado de cabeça para baixo e brutalmente
fascinante de Westworld, que alterna
cenas em que o sense of wonder que envolve
o halo de ficção do parque, nos lembra - ou tenta nos lembrar - onde se
encontra a quase imperceptível linha de demarcação entre realidade e ficção. Explora
criticamente a relação entre o homem-criador e Androids-criaturas, o nosso medo
do despertar da tecnologia senciente.
O que nos distingue das máquinas, se estas ganharem consciência
de si mesmas? A hipótese de que a Inteligência Artificial (AL) adquira
consciência de si mesma, está entre os topos de narrativa da AL mais populares
das últimas décadas, como Inteligência
Artificial (2001), a saga de Terminator,
Blade Runner (1982), Her, (2013 ) e Ghost in the Shell. Perguntar-se o que distingue uma inteligência
artificial de nós, no momento em que esta desenvolva uma consciência, é uma
questão que nos atormenta, à qual, especialmente na cultura ocidental, achamos
difícil de responder, de uma forma original. A inteligência artificial é lançada
em uma corrida impressionante para o progresso, e, por razões óbvias, o
discurso mais prolífico no momento tem a ver com a segurança. Temos medo de uma
tecnologia com um enorme potencial, e relutamos em olhar para além de um
cenário mais desolador do que se possa imaginar.
E assim, o que nos distingue de máquinas consciente? Westworld nos responde: absolutamente nada!
Pela terceira vez, a Inteligência Artificial passa no teste de Turing, o que determina se o
comportamento de uma máquina inteligente é indistinguível daquele dos humanos.
Depois do computador "pensante" desenvolvido em St. Petersburg, capaz
de se comportar como um menino de 13 anos, uma inteligência artificial passou no “exame escrito" por produzir
um texto que poderia ter sido feito por um ser humano, e agora outra passou no
exame oral, fazendo 'sonoro', um vídeo mudo.
De
acordo com o experimento, coordenado por Andrew
Owens do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), algoritmos
semelhantes, no futuro, poderão
produzir automaticamente efeitos sonoros para filmes e programas, e poderão ajudar os robôs a compreenderem melhor as
propriedades dos objetos para interagirem melhor com o ambiente.
"Quando
você coloca o dedo em um copo de vinho, o som que faz, reflete a quantidade de
líquido que está no copo. Um
algoritmo que modela estes sons, podem revelar informações chaves importantes
sobre as formas dos objetos o os materiais dos quais são feitos", afirma Andrew Owens.
O
risco, segundo muitos, é o de se bater com hordas de "Frankensteins" capazes de dominar o mundo e a raça humana, com
a força, com a astúcia e a capacidade de raciocinar, de calcular e prever os
nossos movimentos. Seria isso possível?
Estão chegando as gerações cyborgs - entidades totalmente
não-biológicas, dotadas com a mesma complexidade dos seres humanos.
De acordo
com Ray Kurzweil -
cientista da computação - até 2029, os computadores alcançarão o nível da
inteligência humana. Uma vez que a máquina consiga atingir este objetivo, não
há dúvida de que irão superá-la, porque serão capazes de combinar a
criatividade e flexibilidade da inteligência humana com os recursos pelos quais
os computadores são inerentemente superiores: o compartilhamento de informações,
a velocidade das operações, o fato de trabalhar sempre com o máximo desempenho
e a capacidade para gerenciar com precisão, bilhões e bilhões de dados. Poderão
apoderar-se substancialmente de todo o conhecimento da civilização
humano-máquina. Assim, não haverá mais uma clara distinção entre homem e
máquina. Afirma Kurzweil.
Mas ...
fiquem tranquilos. Dizem que não haverá nenhuma competição entre nós e as
estranhas engenhocas, porque nos misturaremos e nos uniremos
participativamente.
Segundo Kuszweil,
haverá uma interação entre a informatização generalizada e nossos cérebros
biológicos, então, quando falarmos com uma pessoa em 2035, poderá haver uma
grande probabilidade de estarmos nos confrontando diretamente com um verdadeiro
híbrido de inteligência biológica e não biológica.
Os implantes neurais irão aumentar a
capacidade da mente humana, transformando as pessoas em verdadeiros cyborgs.
Aumentarão a nossa inteligência e seremos capazes de
pensar mais rápido e mais profundamente, de desenvolver habilidades superiores
em todos os campos do conhecimento, da música à ciência.
Graças à nanotecnologia, a inteligência não-biológica
irá crescer exponencialmente - uma vez implantada no nosso cérebro - o oposto
do que acontece com a inteligência biológica que procede a um ritmo tão lento a
ponto de ser efetivamente igual a zero, mesmo que a evolução continue sempre
atuando. Nós, agora, temos um total de
10 elevado a 26 operações por segundo, nos cérebros biológicos dos 7 bilhões de
seres humanos no planeta. Em 50 anos, este valor será sempre o mesmo. Hoje, a
inteligência não-biológica é um milhão de vezes mais longe deste valor.
A nanotecnologia também irá servir para
salvar vidas humanas.
Na verdade,
já existem algumas pessoas em que os neurónios biológicos do cérebro estão
ligados a computadores e em tal sistema, a eletrônica funciona ao lado do
circuito elétrico biológico. Esses enxertos, são usados para melhorar
certas condições patológicas e aliviar algumas deficiências, como no caso de
pessoas surdas e pessoas com Parkinson.
Os mais
recentes dispositivos dão assim, a possibilidade de fazer download de software para
atualizar o sistema.
Em pouco
tempo, se poderá fazer uso dos nanobots – que
são do tamanho dos glóbulos – capazes de entrar nos capilares e no cérebro, de
forma não invasiva, para uma vasta gama de efeitos diagnóstico e terapêuticos.
Em casos de
hepatite e diabetes, por exemplo, um dispositivo - sob a forma de cápsula, com
poros de diâmetro de 7 nanômetros - libera insulina e bloqueia os anticorpos.
Já foi testada em ratos, para o tratamento de diabetes do tipo 1, com bons
resultados e, uma vez que o mecanismo de diabetes do tipo 1 é o mesmo, tanto
nos ratos como no humano, é evidente se pensar que o aparelho irá também
funcionar em seres humanos.
Assim, abre-se muitos outros cenários com um sabor
surreal.
Já se sabe que, em um curto
período de tempo, poderemos ter, por exemplo, uma realidade virtual em grande
escala, em que os nanorrobôs serão capazes de interromper os sinais
provenientes dos nossos sentidos e substituí-los com outros. (Então, ir ao
banheiro, para muitos, não será mais um problema: basta pedir aos nossos
queridos nanorobôs para substituir o odor desagradável por um cheirinho de
lavanda ou flores de bosque - por assim dizer!)
Então, o cérebro poderá encontrar-se, realmente,
em um ambiente virtual com as condições tão convincentes quanto as do ambiente
real.
Assim, depois de 2030, desencadearà um grande debate
filosófico em torno à questão para saber se se trata de uma simulação muito
convincente de uma entidade consciente, ou se sejam realmente conscientes ou,
ainda, se existem diferenças entre as duas. Estaremos lá para vermos? O tempo
dirá!
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