Já lhe aconteceu
de acordar à noite e sentir a necessidade de controlar sua caixa de e-mail? Ou
de desligar o computador e sentir um terrível vazio, que o mundo real não pode mais
preencher? De criar uma tal empatia com o personagem atribuído ao seu nickname, ao ponto de pensar que “ele” è
Você? Bem, de acordo com o psiquiatra
americano Ivan Goldberg, você está
sofrendo de uma verdadeira psicopatologia chamada IAD - Internet Addiction Disorder (Distúrbio de
Dependência à Internet)
Vivemos, cada vez mais, em uma
cultura de nanossegundos.
Chegamos, Senhoras e Senhores, na
era de uma nova tecnologia que ampliou as possibilidades de comunicação e de
acesso às fontes de informações, até pouco tempo desconhecidas. Uma revolução
da era da informação e telecomunicações que acelera de tal modo a atividade
humana, ao ponto de perguntarmos: não será que estas maravilhas tecnológicas
que nos permitem o acesso imediato ao mundo do ciberespaço, que deveriam facilitar os nossos compromissos,
colocando muuiito mais tempo à nossa disposição, estejam,
na realidade, nos colocando em uma armadilha de uma rede de conexões em
continua aceleração, que, ao invés de livres, estejam nos transformando em
escravos?
O processo que estamos atravessando,
abre cenários que, até pouco tempo atrás, eram impensáveis. Certamente, os
benefícios que se obtem deste novo meio tecnológico, sem duvida, permitirá que se
desenvolva capacidades e potenciais, até agora nunca imaginados. Mas... além do
fascinio destas irrenunciáveis tecnologias, parece que, contemporaneamente,
este processo esteja produzindo verdadeiros fenômenos psicopatológicos.
Não só isso. Algo està, também,
cambiando nossa relaçao com a luz - considerada a mais rápida forma de energia
do universo.
Parece que, pela primeira vez, a
luz se permitiu ser interrompida, permanecendo, temporariamente, em stand-by. (Coitadinha!)
Cientistas
do instituto de pesquisa NEC,
em Princeton, Nova Jersey, pela primeira vez
na história, conseguiu fazer viajar um impulso luminoso a uma velocidade muitas
vezes superior à da luz.
Para o experimento de
ralentamento da luz foi necessário um período de trabalho de 27 horas sem
interrupção. O objetivo era reduzir drasticamente a velocidade da luz. Os
primeiros sinais de abrandamento dos impulsos luminosos, ocorreram em março de
1998. Finalmente, os cientistas conseguiram levar seu trabalho à surpreendente
conclusão: eles pararam completamente um impulso luminoso no interior de uma
minuscula nuvem de gás refrigerado, próximo do zero absoluto.
Estas experiências marcam o ponto culminante de uma nova era na
história humana.
A luz
lenta, ou congelada, abre, também, novas possibilidades para as comunicações e
memórias ópticas, bem como para o processamento de informações quânticas, ou
para computadores que exploram fenômenos quânticos para pulverizar o desempenho
dos computadores tradicionais.
Sendo assim, como se nao
bastasse, agora, devemos organizar a vida à velocidade da luz?
Bem, ou
melhor, MAL. Esse acontecimento, não só mudou a teoria inabalável da velocidade
da luz, mas também os parâmetros de uma nova fronteira do tempo. A expressão
mais cool do
momento é 24 / 7, isto é, atividade contínua, 24 horas por 7 dias: e-mail, PC,
correio vocal, fax, Palm Pilots, telefones
celulares, mercados que opera 24 horas por dia, caixa eletrônica e serviço
bancário on-line, funcionam de forma contínua; serviços de pesquisa e comércio
eletrônico ativos durante toda a noite, notícias e programas de TV, e até
serviços de catering, tudo
non-stop. Todos estas facilidades e dispositivos, deveriam nos
permitir mais tempo para nós mesmos e, no entanto, parece que, mais do que
qualquer outro ser humano na história da humanidade, nós somos os que estão
sempre correndo atrás do tempo.
Como se explica?
A grande proliferação de
serviços que permitem economizar tempo e esforço, tem contribuido para que o
ritmo e o fluxo de atividades comerciais e sociais que nos cercam,
consequentemente se acelerassem. Claro que E-mail e celulares são ótimas
invenções e de grande comodidade, no entanto, agora nos encontramos a passar a
maior parte do nosso dia a responder, encaminhar e deletar as intermináveis
mensagens que enchem nossas caixas. Pense que, até no vaso sanitário de um
banheiro público, podemos ser rastreados. Ja imaginaram?
Saudades
dos velhos tempos ... quando podiamos nos atualizar, lendo as últimas notícias
dos jornais, exatamente naqueles momentos ali! Caracas!
Contas caras para pagar?
Tranquilo. Poderao chegar bem perto do “zero absoluto”
Hoje, estamos imersos em um
mundo temporal interdependente, muito mais complexo, feito de redes de
atividades e relações humanas em constante transformação: um mundo em que cada
minuto disponível se torna uma oportunidade para se fazer uma outra conexão,
para não ficar para trás com as novas informações globais.
Crise do petróleo, crise da
água e crise de borsa? Que nada! Agora, em uma cultura onde não se faz outra
coisa que clicar, já está até chegando a "crise da raiva." Com esta cultura de altíssima velocidade, já
estão surgindo novos padrões de comportamentos anti-sociais, resultantes do
estresse e sobrecarga de informações, com implicações graves. Termos como raiva de mesa de escritório, raiva de rua e raiva de alta cota, tornaram-se parte do nosso léxico
comum, e surgem sempre mais pessoas que se sentem incapazes de enfrentar o
ritmo e o fluxo de atividades humanas, possibilitados pelas novas tecnologias a
uma velocidade diabólica, e são muitos os que manifestam o
próprio stress com reações violentas no escritório,
no carro e até mesmo no avião.
O que eu queria saber, gentis e
sábios cientistas, è, se juntamente com esses tais experimentos de ralentar a
luz, ou até mesmo parar por completo "dentro de uma nuvem de gás
refrigerado, bem pertinho do zero absoluto"
não seria o caso que tivessem à disposição também os meios para parar todas as
famigeradas contas, em contínuo aumento (não só da luz, mas do gás, telefone,
água...), colocando todas elas numa nuvem de gás refrigerado, deixando-as alí, para
sempre, bem pertinho do zero absoluto?
Ficaríamos eternamente gratos!
Nessun commento:
Posta un commento