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sabato 16 maggio 2020

Nao chame “Velhice”, chame Oportunidade!



O famoso naturopata suíço Max Bircher Brenner (1867/1954) gostava de dizer que a velhice é uma doença psicossomática, no sentido de que se o declínio for esperado em uma certa idade, provavelmente isso acontecerá. De fato, foi demonstrado que o estado mental influencia o mecanismo de defesa do organismo contra doenças: naqueles que estão deprimidos e desanimados, não funciona tão bem quanto em pessoas calmas e otimistas.

A primeira condição para uma vida longa é, portanto, o desejo de viver. O outro aspecto a ter em mente é que a sociedade decreta as leis da vida, mas também as leis da morte e, consequentemente, "as leis do tempo".

Joseph F. Coughlin em seu livro The Longevity Economy: Unlocking the World’s Fastest-Growing, Most Misunderstood Market (“A economia da longevidade: desvendando o mercado em mais rápida expansão e mais mal entendido do mundo”, diz que o mínimo que se pode dizer sobre a nossa visão da velhice é que ela está… velha. E essa vista cansada não desemboca só em dificuldades para quem tem mais idade. Ela leva ao desperdício de uma das maiores oportunidades de negócios dos nossos tempos.

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial: em 2015, 617 milhões de pessoas tinham mais de 65 anos. No Japão, mais de uma em cada quatro pessoas está nesta faixa etária. Na Alemanha, Grécia, Itália, Portugal, Suécia, são mais de 20% dos cidadãos. É uma espécie de revolução, para a qual o mundo está despreparado, apesar de ela estar em andamento há décadas, graças à queda nos índices de natalidade e ao avanço nas condições de vida.

Quando se fala em envelhecimento, se pensa logo nos gastos em geral das nações (com os cuidados para idosos), e redução da sua capacidade produtiva (pela suposta menor disposição para o trabalho). Por isso tantos se referem ao fenômeno como uma “bomba-relógio demográfica”. Mas estas não são necessariamente as consequências inevitáveis do envelhecimento. Como demonstra Joseph Coughlin no seu livro, que a noção de velhice que temos – mesmo a velhice dourada, devotada ao lazer – rouba das pessoas a partir de certa idade uma parcela de seu propósito, de seu bem-estar emocional. E camufla a maior oportunidade de negócios que as empresas têm para explorar.
Segundo a consultoria Boston Consulting Group, em 2030 as pessoas acima de 55 anos serão responsáveis por 50% do crescimento dos gastos de consumidores desde 2008 nos Estados Unidos. No Japão, serão 67%; na Alemanha, 86%. Basta olhar os estacionamentos dos shopping-centers. Até alguns anos atrás, havia quatro ou cinco vagas para idosos perto dos elevadores. Hoje, na maioria dos shoppings, há dezenas delas.

Apesar dos crescentes gastos dessa parcela da população, as empresas têm feito muito poucos esforços para atrair seu interesse. Nos Estados Unidos, menos de 15% das companhias tem qualquer estratégia específica para os mais velhos. E menos de 10% das verbas de marketing se destinam ao público acima de 50 anos..

A construção da velhice
A hostilidade em relação aos velhos deriva da noção de que eles são um grande custo, um fardo a carregar. Mas mesmo no Japão, cuja língua tem até uma palavra especial para o homicídio de idosos (Ubasute, o ato de levar um parente doente ou idoso para o alto de uma montanha e deixá-lo lá), a realidade é menos drástica do que parece. De acordo com historiadores, o Ubasute é mais uma lenda do que uma prática real. E o fardo das pessoas idosas não é assim tão pesado. O custo de saúde no país atinge cerca de 10% do PIB, menos que a média de outros países avançados (nos EUA, a cifra é 17%). De acordo com Coughlin, essa nossa noção da velhice não é natural. Ela foi construída. E se foi construída, pode ser modificada.

Historicamente, diz Coughlin, em diversas culturas e épocas, o envelhecimento era uma experiência individual, não uma idade predeterminada e não com as mesmas regras para todos. Foi na segunda metade do século 19 que isso começou a mudar, com o surgimento dos planos de pensão, dos asilos e de outras instituições destinadas exclusivamente aos idosos. Especialmente nas sociedades iletradas e tradicionais, pessoas idosas representavam a memória, o apego à própria identidade e aos costumes. Não à toa, o Senado era formado por anciões. Assim como os conselhos de tantas tribos ao longo da história humana.

Nos tempos modernos, porém, a tradição perdeu terreno para o progresso. O novo passou a valer mais que o antigo. E o antigo podia ser consultado em livros. Os velhos perderam status. No século 19, considerava-se que uma pessoa se tornava velha quando sua “energia vital” começava a chegar ao fim. Acreditava-se, então, que os seres humanos vinham ao mundo com uma reserva de energia vital, mais ou menos como uma bateria. Sexo e diversões em geral ajudavam a gastar mais rapidamente essa reserva.
Mesmo o revolucionário Sigmund Freud afirmou, em 1904, que as pessoas “perto ou além dos 50 anos não têm a plasticidade e os processos psíquicos dos quais depende a terapia” psicanalítica. Estava, em suma, rejeitando clientes para a sua linha terapêutica – algo que tantas empresas andam fazendo.

Aceitar a velhice em nossa sociedade é algo bem difícil. O uso de eufemismos e a tentativa de negá-la por aqueles que por ela passam também é muito evidente. Isso acontece porque vivemos numa sociedade que supervaloriza a juventude em detrimento dos demais tempos da vida. Nela, ao mesmo tempo em que se buscam diversas maneiras para prolongar o tempo de vida das pessoas, luta-se contra a velhice.

No início do século 20, a velhice havia se transformado, de uma questão individual a ser tratada pela família, em uma fase da vida, com data marcada para começar, e com instituições próprias para lidar com o assunto.

Aposentadoria – o ócio ocioso
A aposentadoria é uma dessas armadilhas da vida, como a obesidade ou o vício em séries de TV: atingir nossos desejos nem sempre é o melhor para nós. No caso da aposentadoria, o trabalho é um fator de identidade, de auto-respeito, de propósito.
No paraíso da “melhor idade”, (um eufemismo que na verdade significa ocaso) as pessoas são principalmente consumidoras. E quando Coughlin pergunta quais os avanços tecnológicos para essa faixa, diz ouvir sempre as mesmas respostas: remédios melhores, robôs para cuidar dos velhos.
São avanços importantes. Mas restringem a velhice a um problema a ser resolvido.

A expressão: "fulano já fez o seu tempo" corresponde a uma condenação "social" pura e simples. De fato, o corpo, para a maioria das pessoas, está continuamente sujeito a pressões sociais e culturais.
"Aquele cara já viveu bastante e já tá bom de morrer!" Esse ditado expressa, de maneira abstrata, um tempo de vida "autorizado". Por exemplo, a ideia de receber uma aposentadoria como meio de sobrevivência implica a idéia de que as pessoas vivam mais do que decreta as normas vigentes e que a sociedade está concedendo um adiamento.
Nem mesmo o relacionamento "pais-filhos" escapa à lei do tempo.
Há muitos jovens que consideram os mais velhos como pertencentes a outro planeta ou que nem sequer os consideram mais.

A velhice é um processo mental
A conseqüência (infelizmente muito frequente) é que os pais, expulsos do circuito da "normalidade", cedem às pressões se comportando de acordo com esses decretos até chegar ao ponto de considerarem esse estado de coisas "natural".
A velhice deve ser considerada, acima de tudo, um processo mental que pode começar muito cedo. É o caso de muitas pessoas na casa dos quarenta que estão presas em uma especialização que as impede de ampliar seus conhecimentos e interesses diariamente.

O mesmo acontece para quem não lê, não estuda ou não cria todos os dias. Negligenciam, portanto, sua máquina cerebral que precisa de estímulos para o funcionamento adequado.
A velhice mental avança com a diminuição da vontade de viver acompanhada por um sentimento de culpa (o de ainda permanecer no mundo) que restringe o desejo de viver do corpo.

A eterna busca do elixir da longa vida
Vários soros de regeneração celular estão disponíveis no campo da medicina. Virtudes saudáveis ​​são atribuídas a algas ou geléia real. Outros experimentam certas formas de dietética.
O Dr Voronoff tentou conter a velhice por meio das glândulas sexuais de macacos antropomórficos, etc.
É óbvio que, enquanto se espera que a duração e a qualidade de vida se tornem um fato biológico e espiritual, a psicologia pessoal de um indivíduo terá um papel predominante. No futuro, a expectativa de vida aumentará devido ao progresso da medicina e da biologia, juntamente com os da espiritualidade e da consciência que se espalharão pelo planeta.

Imagine um homem que vive em perfeita harmonia consigo mesmo e, consequentemente, com os outros, que se alimenta e respira perfeitamente, sem o menor estresse e que vive em conexão com as energias universais em um ambiente perfeitamente adequado a ele. Em quanto ele melhoraria e prolongaria sua vida? É importante saber que o homem não envelhece e morre rapidamente, como dizem, mas se mata lentamente e que o corpo responde ao movimento psicológico e social da sua época.

A morte é um tema que até o momento a humanidade não conseguiu explicar nem resolver, pelo contrário, tenta negá-la a todo o custo. Mas a morte deve ser entendida como parte integrante da vida, como um processo que se inicia no nascimento. Sendo parte integrante da natureza, é uma das múltiplas formas de sobrevivência: vivemos para a morte, seguimos em direção a ela. Onde começa uma e onde termina a outra, nunca saberemos. Este é, apenas, um dos enigmas existenciais que nos banhamos e nos questionamos diariamente.
“A morte não é o contrário da vida. A morte é o contrário do nascimento. A vida não tem contrários”. (Brum)


Fonte: Quotidiano Italia Sera 2004 – Roma
https://exame.abril.com.br/economia/o-poder-da-idade/

sabato 7 settembre 2019

Nosso medo de envelhecer, transforma-se no próprio envelhecimento




A consciência faz uma imensa diferença no processo de envelhecimento, pois embora todas as espécies superiores envelheçam, só os seres humanos são capazes de saber o que está lhes acontecendo, e traduzem o que sabem no próprio envelhecimento.

O desespero por envelhecer faz com que você envelheça mais depressa, enquanto que aceitar o envelhecimento graciosamente evita muitos sofrimentos, tanto físicos quanto mentais.

Nosso medo de envelhecer e nossa crença profunda de que fomos feitos para envelhecer transformam-se no próprio envelhecimento, uma profecia que se realiza por ter sido formulada e que foi gerada por uma auto-imagem destruidora. Para fugir desta prisão, precisamos reverter as crenças sustentadas pelo medo. Em lugar de acreditar que o seu corpo degenera com o tempo, alimentar a crença de que ele é um corpo novo a cada minuto. Em vez de crer que seu corpo é uma máquina sem mente, alimentar a crença de que ele está impregnado com a profunda inteligência da vida, cujo único propósito é sustentar você. Estas novas crenças não são apenas mais agradáveis de se conviver; elas são verdadeiras — nós experimentamos a alegria da vida através de nossos corpos, portanto é apenas natural acreditar que nossos corpos não estejam voltados contra nós e sim que desejam o que nós desejamos.

A despeito de parecermos indivíduos distintos, nós todos somos ligados aos padrões de inteligência que governam o cosmos, você e seu ambiente são um só. Olhando para si próprio, você percebe que seu corpo termina em um certo ponto; ele é separado da parede do seu quarto ou de uma árvore ao ar livre pelo espaço vazio. Em termos quânticos, contudo, a distinção entre "sólido" e "vazio" é insignificante. Cada centímetro cúbico do espaço quântico é pleno de uma quantidade de energia quase infinita, e a menor das vibrações é parte dos vastos campos de vibração que unem galáxias inteiras: com cada inspiração você respira centenas de milhões de átomos de ar que foram exalados por alguém na china. Todo o oxigênio, água e luz do sol em torno de você são praticamente indistin-guíveis daquilo que está no seu interior. Se quiser, você poderá experimentar sentir-se em um estado de unidade com tudo aquilo com que entra em contato. Em estado de vigília normal, é possível encostar um dedo numa rosa e senti-la como sólida, mas, em verdade, um feixe de energia e informação — seu dedo — está entrando em contato com outro feixe de energia e informação — a rosa. seu dedo e a coisa em que ele toca são apenas afloramentos mínimos do campo infinito a que chamamos de universo.

Sensualidade e Espiritualidade
Espiritualidade não se destina a ser separada do corpo. Doença e envelhecimento representam a incapacidade do corpo em atingir seu objetivo natural, ou seja, juntar-se à mente em perfeição e realização. Em cada estágio do crescimento espiritual, o maior aliado que se tem é o corpo. Isto o surpreende? A maioria de nós assume que corpo e espírito ocupam os lados opostos do espectro. Quando temos sensações que são centradas no corpo, como fome e sede, dor e prazer, não as consideramos como experiências espirituais. A sensualidade, que abrange toda a gama do deleite físico, é freqüentemente considerada muito abaixo das alturas que a alma pode atingir. Mas a espiritualidade também tem que ser sensual, pois uma pessoa espiritual é aquela que vive inteiramente no momento presente, o que significa viver integralmente no corpo.

Meditação – o antídoto para a velhice
Associação entre anti-envelhecimento e meditação é muito importante, mas as implicações vão ainda mais fundo. A meditação é uma prática espiritual.
O maharishi inspirou-nos a ver que usar a meditação como um recurso para derrotar o envelhecimento é um objetivo espiritual legítimo. Lamentavelmente a nossa cultura cometeu o erro de decidir que o corpo humano é uma máquina, um monte de matéria que funciona sem inteligência própria. Este equívoco leva a um segundo erro — que as pessoas mais espirituais devem ser aquelas que renunciam ao corpo, que negam suas paixões ou, no mínimo, tentam controlar seus desejos. Este tipo de preconceito contra o corpo, contraria o modo como a natureza nos criou. A natureza equilibrou mente, corpo e espírito como co-autores de nossa realidade pessoal. Você não pode fazer absolutamente nada, desde se apaixonar a rezar uma prece ou metabolizar uma molécula de sacarina, sem afetar tudo o que você é.

O corpo é a plataforma que permite que qualquer experiência surja e veja a luz do dia; é uma projeção tridimensional de bilhões de processos separados que têm lugar a cada momento, inclusive um processo tão profundo quanto vir a conhecer a realidade de Deus.

Na nossa sociedade, as pessoas padecem do sentimento de que o espírito é basicamente separado delas. Nossos corpos processam alimentos, ar e água perfeitamente bem sem o espírito; nossas mentes pensam efetivamente sobre um milhão de coisas sem tocar no espírito. achamos fácil deixar de lado a vida espiritual, esperando pelo dia em que algum salto ainda nos tire desta vida comum para nos levar a um reino glorificado. Cada aspecto da realidade é parte de um mistério, um facetado conjunto, a totalidade do que é. Átomos, moléculas, pedras, estrelas e o corpo humano são expressões materiais do que é. Compreensão e amor são expressões espirituais. Quando as dimensões materiais, psicológicas e espirituais se equilibram, a vida passa a ser um topo, esta união gera sensações de conforto e segurança. Só se você se sentir seguro do seu lugar no universo poderá começar a enfrentar o fato de ser constantemente cercado pela criação e pela destruição. Você não pode derrotar a entropia enquanto força física, mas pode se elevar a um nível de realização inatingível pela entropia. Ao nível mais profundo, a inteligência é imune à decadência. A inteligência revolucionária existente no dna tem muitos níveis e a nossa tarefa como seres humanos é experimentar cada um desses níveis e torná-los parte de nós.

DEIXEM-ME ENVELHECER!

Deixem-me envelhecer sem compromissos e cobranças, sem a obrigação de parecer jovem e ser bonita para alguém. Quero ao meu lado quem me entenda e me ame como eu sou,
Um amor para dividirmos tropeços desta nossa última jornada, Quero envelhecer com dignidade, com sabedoria e esperança, amar minha vida, agradecer pelos dias que ainda me restam.
Eu não quero perder meu tempo precioso com aventuras,

Paixões perniciosas que nada acrescentam e nada valem. Deixem-me envelhecer com sanidade e discernimento. Com a certeza que cumpri meus deveres e minha missão.
Quero aproveitar essa paz merecida para descansar e refletir, ter amigos para compartilharmos
experiências, conhecimentos.
Quero envelhecer sem temer as rugas e meus cabelos brancos,
Sem frustrações, terminar a etapa final desta minha existência,
Não quero me deixar levar por aparências e vaidades bobas, nem me envolver com relações que vão me fazer infeliz.

Deixem-me envelhecer, aceitar a velhice com suas mazelas, ter a certeza que minha luta não foi em vão: teve um sentido.
Quero envelhecer sem temer a morte e ter medo da despedida, acreditar que a velhice é o retorno de uma viagem, não é o fim,
Não quero ser um exemplo, quero dar um sentido ao meu viver, ter serenidade, um sono tranquilo e andar de cabeça erguida, fazer somente o que eu gosto, com a sensação de liberdade,
Quero saber envelhecer, ser uma velha consciente e feliz!!!
Conchita Weber


Fonte: Corpo sem idade, mente sem fronteiras - Deepak Chopra
http://amominhaidade.com.br