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giovedì 11 ottobre 2018

O cérebro feminino é inadequada para disciplinas científicas!




Não há nenhuma evidências de diferenças biológicas no desempenho cognitivo do cérebro masculinos ou femininos - Raffaella Rumiati, neurocientista da SISSA

Marie Meurdrac, já em 1700 dizia: “A Mente não tem sexo”. No entanto, apesar da revolução das mulheres na década de 70, ainda hoje, tem quem diga que o cérebro feminino é inadequada para disciplinas científicas.

De acordo com certos números, entre mulheres e ciência parece existir um relacionamento atormentado. Em minoria, comparando com os colegas em alguns cursos universitários (na Europa três engenheiros em cada quatro são do sexo masculino, segundo o Eurostat), raramente elas são recompensadas com prémios científicos importantes, e quase nunca no comando de grupos de pesquisa (apenas 24 % das principais posições na Itália são ocupadas por mulheres).

Foi apenas na segunda metade do século XX que mudanças começaram a ocorrer, em especial pela militância do movimento feminista dos anos 50 e 60. Mas apesar do número crescente de mulheres nas carreiras científicas, elas têm chances menores de sucesso e ascensão na carreira: são menos contempladas com bolsas de produtividade do CNPq, estão sub-representadas nos cargos administrativos nas universidades.

A física foi inventada e construída pelos homens  
O Professor Alessandro Strumia, físico da Universidade de Pisa, que regularmente colaborava com Genebra, participou de uma conferência sobre "Física das Altas Energias e gender", na qual foi abordada a questão da discriminação das mulheres na ciência.

O infeliz professor afirmou: “A física foi inventada e construída pelos homens, o ingresso não é por convite”. Em essência, segundo ele, as mulheres são sub-representadas apenas porque são menos capazes. Nas disciplinas científicas, uma meritocracia absoluta e transparente estaria em vigor: quem é capaz entra, quem não é fica de fora. E de acordo com ele, as mulheres permanecem fora porque são menos brilhantes do que os homens.

O exemplo eterno de Madame Curie
Marie Salomea Curie, a primeira mulher na França a alcançar o título de doutora, herdou o emprego do marido, o cientista francês Pierre Curie, tornando-se a primeira mulher a dar aulas na Universidade Sorbonne – foi a primeira a atingir o status de professor titular em uma universidade. Em 1911, tornando-se a primeira pessoa a receber pela segunda vez um Nobel, desta vez em Química. E sozinha.

A mulher cientista precisa sempre provar que é boa e competente, apesar de ser mulher, como se isso fosse uma desvantagem. Madame Curie é o caso excepcional, evocado por décadas, para afrontar a questão da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, mas ela e as outras foram aceitas, só depois de terem lutado para mostrado que coisa sabiam fazer.

Para os homens, "as coisas" ... para mulheres, "as pessoas"!
Strumia apresentou 26 slides argumentando que os homens estão mais interessados ​​nas "coisas" e as mulheres nas 'pessoas', e por isso, os primeiros são mais numerosos em profissões de formação científica e as segundas, na área de humanas, onde a fronteira real/falso certo/errado é mais nuançado.

De acordo com Strumia, é possivel que haja diferenças entre os cérebros dos homens (mais susceptíveis a "sistematizar") e das mulheres (mais talentosas em ''empatia '), diversidades que, na sua opinião, são afetadas pelos níveis de testosterona pré-natal. O físico italiano propõe medir o «digit ratio» nas cientistas: se o dedo indicador é mais curto do que o anular, isso indicaria uma alta exposição ao testosterona (hormônio androgênico), no útero materno. E isso explicaria o sucesso das poucas mulheres cientistas: elas se parecem com homens. "Caso contrário, argumentar que os cérebros .do homem e da mulher - são idênticos, é ideologia", afirma Strumia.

Uma tese que faz lembrar aquela de Lawrence Summers, presidente da Universidade de Harvard, que renunciou em 2005, depois de ter afirmado que as mulheres têm menos sucesso em carreiras científicas por diferenças inatas e nada mais.

"Em suma, depois de três dias de controvérsias, o Cern decidiu pela sanção e o reitor de Pisa deferiu Strumia à Comissão de Ética da Universidade. Alguém poderia argumentar que "remover" o problema em vez de "refutar" é exatamente o oposto do método científico e não só Heisenberg, mas também o bom e velho Newton teriam, talvez, algo a dizer. Colocar a mordaça nas hipóteses estranhas, em vez de desmontá.las com as alavancas da razão, diz muito de Santo Ofício.

“O que precisa mudar é o senso comum”, argumenta Luci Muzzeti, professora da Unesp. “É ele que enxerga algumas profissões como masculinas e outras como femininas, que estabelece como missão da mulher cuidar da casa e da prole, que faz com que a mulher enfrente dificuldades para ser julgada competente para ocupar posições de poder. Essas iniciativas apenas irão amenizar as faltas”, diz. Se hoje ninguém mais acha estranho que uma mulher ganhe um prêmio Nobel, é porque o senso comum mudou bastante de Marie Curie para cá. Talvez seja preciso encontrar maneiras para que ele continue mudando – mas a uma velocidade maior.

Fonte:
https: //www.ilfoglio.it/
http: //www.flcgil.it/ - 
https: //oggiscienza.it/