venerdì 24 gennaio 2025

A idade madura e a liberdade de pressões sociais

 


A beleza dos 70 anos

O avançar da idade é um mistério que se vai revelando aos poucos, uma viagem que nos leva a um território desconhecido, onde cada passo nos distancia do efêmero e nos aproxima do essencial. Aos 70 anos, a vida não é mais uma corrida em direção ao futuro, mas uma dança íntima com o presente. Existe um ritmo diferente, mais lento e mais consciente, que nos permite vivenciar em primeira mão aquela verdade que ignorávamos quando éramos jovens: a beleza da impermanência.

O paradoxo do tempo

Se há uma lição profunda que a idade nos ensina, é que o tempo é ao mesmo tempo o nosso maior professor e o nosso adversário mais misterioso. Aos 70 anos, percebemos que o tempo não é algo que possamos possuir, mas algo que passa por nós. Cada ruga, cada sinal do corpo, cada memória, é o testemunho silencioso desta verdade. O que antes parecia distante, agora faz parte de nós: o passado torna-se uma presença viva e pulsante, como um rio que cavou sulcos profundos em nosso ser. Mas este paradoxo é também a nossa libertação. Compreendemos que não há nada definitivo na existência e nesta impermanência encontramos uma nova forma de liberdade. A consciência da finitude permite-nos abraçar o infinito que reside no momento, encontrar a plenitude em estar aqui, agora, sem a necessidade de nos projetarmos noutro lugar.

Sabedoria como beleza interior

Ter 70 anos pode parecer uma meta distante ou até temida, mas na realidade representa uma fase da vida extraordinariamente rica em belezas e vantagens. Aos 70 anos, você tem uma compreensão mais profunda da vida, dos relacionamentos e de si mesmo. As dificuldades, os sucessos e os desafios vividos ao longo dos anos forjaram uma sabedoria que não pode ser aprendida nos livros ou na teoria. Isto proporciona uma serenidade interior que transparece no exterior: há menos necessidade de provar aventuras complexas e mais vontade de desfrutar das coisas simples. A beleza da sabedoria é um presente raro que só o tempo pode trazer.

Livre de pressões sociais

Aos 70 anos você encontra uma nova perspectiva sobre as prioridades da vida. Com o passar dos anos, as expectativas sociais e profissionais que tanto pesam na juventude perdem gradualmente a sua importância. Você fica mais livre para ser você mesmo, sem vontade de seguir tendências ou de se conformar às expectativas dos outros. Nessa idade você pode redescobrir paixões, dedicar-se a hobbies esquecidos ou até aprender algo novo, simplesmente pelo prazer de fazer. A vida não é mais uma sucessão de compromissos agitados. Há espaço para reflexão, para prazeres simples como ler um bom livro, passear na natureza ou tomar um café com tranquilidade. Essa calma não é sinônimo de solidão, mas de uma conexão mais profunda com o mundo e consigo mesmo. E isso não tem preço. A idade também traz uma visão mais clara dos relacionamentos. As amizades são mais autênticas, baseadas em anos de partilha e cumplicidade, enquanto a família se torna ainda mais importante. As conversas com filhos e netos tornam-se momentos preciosos e há uma nova alegria em transmitir conhecimentos e histórias à próxima geração.

Uma nova relação com o corpo

Embora o envelhecimento traga inevitavelmente mudanças físicas, aprender a conviver com elas é um sinal de grande força interior. Aceitar o seu corpo, com suas rugas e mudanças, é celebrar tudo o que ele passou. O corpo, com a idade, transforma-se num mapa vivo, numa narrativa esculpida pelo passar dos anos. É um mapa de lugares visitados e de batalhas vencidas, mas também de fragilidades aceitas. Na juventude, o corpo era uma máquina para avançar sempre, um objeto a ser moldado de acordo com desejos externos. Agora, aos 70 anos, o corpo torna-se o nosso companheiro mais fiel, um arquivo de experiências e sentimentos. Toda mudança física não é uma perda, mas uma metamorfose. É como uma árvore que perde as folhas no outono, não para se abandonar à morte, mas para se preparar para o renascimento. Há uma beleza inédita na delicadeza da idade, uma beleza única na consciência daquilo que o corpo viveu como o das folhas secas que, no final do seu ciclo, flutuam levemente ao vento.

A profundidade da alma

Se o corpo reflete o tempo que passou, a alma revela a sua profundidade. Aos 70 anos, a alma não é mais um campo de batalha, mas um jardim onde as sementes plantadas nos anos anteriores começam a florescer. Existe uma sabedoria que não se manifesta apenas no conhecimento, mas no silêncio, na escuta. É uma sabedoria que vem da compreensão de que nem todas as perguntas têm respostas, e mesmo assim, está tudo ok. A beleza da maturidade não é a ausência de dúvidas, mas a capacidade de abraçá-las com graça, de fazer as pazes com aquilo que não podemos controlar.

À medida que a idade avança, a alma aprende a observar a vida de uma perspectiva diferente. A pressa dá lugar à contemplação e percebemos que as coisas mais importantes são muitas vezes as mais invisíveis. A ligação com a natureza intensifica-se, como se os nossos sentidos, embora extenuados, estivessem mais sintonizados com o mundo que nos rodeia. O som da chuva, a luz filtrada pelas árvores, o canto de um pássaro: estes pequenos milagres diários tornam-se a nossa verdadeira riqueza. Se tornam espectadores... apenas observadores dos acontecimentos sem a necessidade de fazer parte deles a qualquer custo.

O legado intangível

Um dos reflexos mais poderosos do avanço da idade está ligado à herança. Não se trata mais do que possuímos ou do que construímos, mas do que deixamos no coração dos outros. Aos 70 anos, a ideia de legado ganha uma nova dimensão: não é algo material, mas um fio invisível que conecta nossas experiências e nosso amor à vida das pessoas que tocamos. É o ensinamento silencioso de uma vida vivida com integridade, é o carinho que deixamos na memória de quem nos amou.

Em última análise, o que resta de nós não é uma soma de sucessos, mas a qualidade das relações que cultivamos, o carinho que compartilhamos, os momentos de gentileza que oferecemos sem pedir nada em troca. É a capacidade de estar presente para os outros, de ouvir verdadeiramente, de amar sem condições.

O retorno à origem

Finalmente, há uma verdade ainda mais profunda que emerge com o passar dos anos: a vida é um círculo que se fecha. Se a infância é a idade da inocência, a velhice é a idade da sabedoria que conduz de volta a essa mesma inocência, mas com uma nova consciência. Redescobrimos a simplicidade, voltamos a maravilhar-nos com as pequenas coisas, como uma criança que olha o mundo com novos olhos. É como se a alma, ao final da jornada, se despojasse de todas as superestruturas para retornar à essência, à pureza original.

O verdadeiro espanto, aos 70 anos, não está nos sucessos alcançados, mas na capacidade de se abandonar à vida, de deixar as coisas acontecerem sem forçar. É a consciência de que, apesar de tudo, fazemos parte de algo maior, e que cada passo que demos, cada encontro, cada sorriso, teve um significado, mesmo que por vezes nos tenha escapado.

Aos 70 anos, em suma, estamos mais próximos da verdade que nos escapou quando éramos jovens: a vida, no seu mistério, é perfeita tal como é.

A consciência cria a ilusão de uma mente que se diz pensante.Capítulo XI

A vida é movimento e transformação contínua. Capítulo 14

venerdì 17 gennaio 2025

O jantar japonês antiinflamatório que prolonga a vida

 



O Japão tem o maior número de centenários de qualquer país do mundo. Quarenta e oito em cada 100 mil pessoas no país chegam a um século de idade.

Ichi-jū-san-sai, (一汁三菜), a refeição tradicional japonesa, é considerada por nutricionistas e especialistas em longevidade como a combinação alimentar perfeita, principalmente ao jantar, por diversas razões relacionadas com o equilíbrio nutricional e a variedade, características que contribuem para a saúde geral e a longevidade.

Estudos sobre populações japonesas, como os de Okinawa, mostram uma forte correlação entre a dieta tradicional e a longevidade. O consumo regular de refeições bem equilibradas, como Ichi-jū-san-sai, está associado a taxas mais baixas de doenças crônicas, como doenças cardiovasculares e cancro.

A dieta também é rica em antioxidantes e fibras, que ajudam a prevenir inflamações e promover uma boa saúde intestinal.

Ichi-jū-san-sai promove o controle das porções e a conscientização alimentar, elementos que contribuem para a manutenção de um peso corporal saudável, reduzindo o risco de obesidade e doenças relacionadas. Em particular, os nutricionistas acreditam que uma refeição estruturada segundo o modelo ichi-jū-san-sai é uma excelente opção, principalmente ao jantar, quando manter-se leve é essencial para descansar bem e evitar o ganho de peso indesejado.

Esta abordagem holística à nutrição e preparação de refeições faz do Ichi-jū-san-sai uma combinação ideal para quem procura melhorar a sua saúde e longevidade através de uma alimentação equilibrada e variada.

O Doutor Vicente Mera, especialista em medicina antienvelhecimento, no seu livro Joven a cualquier edad“Jovem em qualquer idade”, fala de um hábito, o hara hachi bu, que consiste em não ingerir mais de 80% do que gostaríamos comer, e isso para ter uma economia calórica saudável, capaz de lidar com imprevistos e momentos de excesso alimentar.

A estrutura da refeição incentiva a variedade e a moderação: nenhum alimento é consumido em excesso e há equilíbrio entre as diferentes categorias de alimentos.

Comer diferentes tipos de alimentos em pequenas porções permite obter uma ampla gama de nutrientes sem sobrecarregar o sistema digestivo.

O que chama a atenção dos especialistas em longevidade é sobretudo a composição básica dessa tradicional refeição japonesa - ichi-jū-sansai. A autora japonesa Akemi Tanaka em seu livro The Power of Chōwa (busca pelo equilíbrio), reflete sobre como alcançar o equilíbrio e a harmonia nas pequenas coisas da vida, e a alimentação é apresentada como um recurso poderoso para atingir esse objetivo. O autor insiste, em particular, na tradição japonesa de “menos é mehor, que inclui, entre outras coisas, o respeito pelos sabores originais dos alimentos e o consumo destes últimos de forma sazonal.

Equilíbrio nutricional

O epítome desta filosofia alimentar é representado, de fato, pelo ichi-jū-san-sai, a refeição típica japonesa, que se traduz em “uma sopa e três acompanhamentos” e consiste em: Ichi-jū (一汁) : uma sopa, muitas vezes à base de arroz ou caldo de legumes.

San-sai (三菜): Três acompanhamentos que geralmente incluem:

Uma fonte de proteína (peixe, tofu, carne magra ou legumes).

Um prato de legumes (cozidos ou crus).

Um prato à base de arroz ou cereais, seguindo, o tsukemono, a versão japonesa dos picles. “A comida Washoku (o termo indica culinária tradicional japonesa) exclui quaisquer ingredientes processados, como alguns tipos de carne ou queijo, e contém muito pouco açúcar”, explica Tanaka. Segundo especialistas, essa dieta é um dos motivos da longevidade característica dos japoneses.

Esta combinação garante uma ingestão equilibrada de carboidratos, proteínas, gorduras saudáveis, fibras e micronutrientes essenciais, como vitaminas e minerais. “Os vegetais constituem uma parcela significativa da ingestão nutricional, enquanto os picles fornecem à dieta o componente probiótico necessário”, afirma a nutricionista Cristina Barrous. Os picles produzidos naturalmente, com pouco açúcar e pouco sal, são, segundo os especialistas, uma excelente fonte de probióticos, bactérias “boas” que promovem a saúde da microbiota intestinal e melhoram a digestão. Em particular, os picles contêm um elevado número de bifidobactérias, que, entre outras coisas, reduzem a inflamação - são particularmente eficazes nos casos de síndrome do intestino irritável -, reduzem os níveis de colesterol e previnem a obesidade. Tudo isto se traduz num efeito purificador do corpo e, consequentemente, da pele: «O bom funcionamento intestinal promove uma digestão equilibrada e, portanto, a absorção de nutrientes e a manutenção do ritmo intestinal». Isto ajuda a evitar a acumulação de toxinas, com efeito positivo na aparência da pele, que ficará menos suscetível a doenças como acne, eczema e rosácea."

IKIGAI (生 き 甲 斐) – Encontre um sentido existencial – Cap. 18

O DNA “sabe " – foi projetado para alongar a vida! . Cap VI