"Natal não é um período ou uma estação, mas um estado de espírito. O sentimento fundamental nesse evento é Amor.”
O Natal pode ser uma verdadeira contradição. A magia gerada pela partilha de belos momentos que se choca fortemente com a aflição causada pelas ausências. O poder evocativo do Natal geralmente nos faz notar um sentimento de tristeza, saudades, melancolia…
Inevitavelmente estes sentimentos surgem pela presença das cadeiras vazias que correspondem a pessoas queridas que lá não estão. Mas há, também, uma tristeza inconsciente por aqueles que nesse evento importante que une cada coração, não poderão festejar, nem trocar presentes, nem compartilhar o sentimento fundamental do Natal com seus queridos. São pessoas que nem mesmo conhecemos, são os muitos “Jesus” que no Natal deles, não irão receber nem doar nenhum presente.
“Se a gente é capaz de espalhar alegria
Se a gente é capaz de toda essa magia
Eu tenho certeza que a gente podia
Fazer com que fosse Natal todo dia
Que o Natal comece no seu coração
Que seja pra todos, sem ter distinção
Um gesto, um sorriso, um abraço, o que for
O melhor presente é sempre o amor” (Roupa Nova)
Hoje gostaria de convidar você a refletir sobre o verdadeiro significado desta festa e o protagonista a dar o imput é Pedro, uma criança de apenas quatro anos. Costuma-se dizer que temos tanto a aprender com as crianças, que elas sabem o valor das pequenas coisas e são capazes de, com naturalidade e espontaneidade, devolvê-lo para nós, adultos, para aprendermos a usar apenas o coração. A espontaneidade delas vem da ausência de esquemas: isso, antes de tudo, é o que as torna sábias. nos lembrando que é possível darmos um significado mais profundo ao Natal se conseguirmos olhar para além dos lindos e criativos pacotes de presentes debaixo da nossa árvore de Natal.
Por Liz Matos
“Era um desses dias que antecedem o Natal. Estávamos eu e o meu filho Pedro, aos 4 anos de idade, fazendo arremates finais na árvore e colocando ali alguns presentes. Ele cantava e dançava imitando o "Papai Noel". Repentinamente, parou e me olhou assustado dizendo:
- Mamãe... Ainda falta aí um presente. O mais importante de todos. O que daremos a Jesus? O aniversário não é dele????
Olhei com um misto de admiração e surpresa para aquele pequenino anjo e em minha lembrança, rapidamente, um filme se descortinou. Lembrei-me do homem que outro dia vi buscando algo "útil" no lixo em frente à minha casa, daquelas crianças que nas ruas me estendem mãos esquálidas a dizerem "qualquer coisa serve", das pessoas dormindo ao relento, dos que padecem nos hospitais com fome de uma palavra de carinho, dos tantos asilos espalhados pela cidade e que nunca encontramos um tempo para visitar... Do erro que por orgulho não assumimos, do “irmão” que ainda não soubemos perdoar, do sorriso que esquecemos de semear, de tantas vezes dizer "não" quando nada nos custaria dizer "sim", da lágrima que deixamos de enxugar, de - tal qual Pilatos - lavarmos as mãos acreditando do compromisso conseguir fugir... De toda esta carga pesada a dificultar os nossos passos, construída à base de muito egoísmo e que conosco temos carregado por toda a vida.
Em oração agradeci ao Pai a sugestão maravilhosa do presente que Ele gostaria de receber durante todos os dias da minha vida, e agora, segurando firme a mão do meu filho que alegre sorri, seguimos adiante doando parte dos presentes materiais e espirituais a tantos Jesus que por aí estão disfarçados e por nós quase nunca reconhecidos.
Neste instante, tive a nítida impressão de enxergar nos olhos do meu filho o faiscar de uma estrela que imediatamente me fez lembrar uma outra estrela, surgida há mais de dois mil anos, a anunciar o nascimento de um Rei que mudou o rumo e a história da humanidade até os dias atuais e por todo o sempre.
Caminhemos em direção ao futuro distribuindo presentes a Jesus. Um dia descobriremos que fomos nós a receber cada presente aparentemente doado”. (Liz Matos)
Esse pequeno conto de Liz, um retalho de vida real, nos lembra que acrescentar um novo significado ao Natal é possível. A inocência de Pedro nos fez reconhecer – e nunca esquecer - que o mais importante e o melhor presente é sempre O amor. Às vezes, podemos perder de vista as coisas realmente importantes, e nos preocupamos com tudo o que não podemos dar aos outros, por falta de dinheiro ou porque presumimos que nosso gesto não será retribuído. Mas lembremos que um gesto, um sorriso, um abraço, o que for serão sempre gratis.
O Natal é a melhor ocasião para transformar nossos sentimentos em ações concretas. Doemos o Amor. Afinal, o Amor é uma dádiva que se alimenta da própria doação; se for aprisionado no egoísmo e na monigeração, o amor morre.
Um
Feliz Natal!
Liz Matos é empresária, advogada e escritora dos livros: “Sopro do Tempo”, “Canto ao amor… Entre lágrimas e sorrisos” e “A Cicatriz e a Flor”.
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