sabato 12 gennaio 2019

A molécula da felicidade observada em tempo real!



Pela primeira vez, uma equipe italiana observou, em tempo real, a "molécula da felicidade", registrando o que acontece no cérebro quando é estimulado pela serotonina.

O mecanismo que regula o funcionamento da serotonina nos circuitos que controlam os movimentos e que permitem sua adaptação a novas situações emocionais e motoras, foi reconstruído na pesquisa publicada na revista Neuron.

O estudo da Universidade de Pisa, publicado na Cell Reports, é o resultado da colaboração entre a equipe de pesquisa liderada por Alessandro Gozzi do Center for Neuroscience and Cognitive System do Instituto Italiano de Tecnologia (CNCS-IIT de Rovereto) e de Massimo Pasqualetti, do Departamento de Biologia da Universidade de Pisa.

Modelos genéticos modificados.
Para capturar alguns segundos de felicidade, foram necessários quattro anos de trabalho, explica o professor Pasqualetti, contando ao jornal La Republica. A experiência foi bem-sucedida, graças à criação de modelos genéticos modificados.

É no cérebro do camundongo, o animal cuja estrutura é mais parecida com a humana, onde os estudiosos puderam observar e registrar as reações. "A genética molecular nos permite estudar respostas comportamentais, recriando condições existentes na natureza para entender seus mecanismos".

O trabalho foi realizado em duas vias: de um lado, a quimio-genética para o desenvolvimento de um modelo animal no qual, através da administração de um fármaco, os neurônios que produzem a serotonina foram seletivamente ativados. Posteriormente, a pesquisa pôde seguir o segundo caminho: a observação de reações intracelulares com ressonância magnética funcional. "Somente através da combinação das duas técnicas - continua Pasqualetti - pudemos ver, em detalhes e minuto a minuto, que esta população específica de neurônios ativa todos os distritos do cérebro, mas não ao mesmo tempo."

Especialmente, o estudo foi baseado no exame temporal que revela a quantidade de sangue atingida em um dado distrito cerebral. Assim, o olho humano pôde, finalmente, ver nas cobaias em estado de sedação, onde os neurônios do cérebro trabalhavam com mais afinco.

"As áreas que foram iluminadas em questão de segundos, foram o hipocampo e córtex cerebral, - explica o professor - não por coincidência, mas são as duas regiões deputados a regular o comportamento emotivo. Exatamente as duas estruturas cerebrais que mostram déficits funcionais no caso de doenças neuropsiquiátricas, como a depressão ".

                                                                    Assista a felicidade

A descoberta contribui para possíveis novos tratamentos de doenças importantes, como ansiedade, esquizofrenia e autismo.
As descobertas que ajudam a desvendar o mecanismo da neurotransmissão serotoninérgica, abrem o caminho para uma maior compreensão e, portanto, a possíveis novos tratamentos de doenças graves, tais como ansiedade, esquizofrenia e autismo.

Conhecida por regular o humor, o apetite e as funções relacionadas com as emoções, a serotonina é indispensável para que aconteça a comunicação entre os neurônios das estruturas do cérebro chamadas tálamo e corpo estriado: se a molécula está ausente, a comunicação entre os neurônios das duas estruturas é reduzida.

O mecanismo da serotonina ajudará a entender o mal de Parkinson
A descoberta marca um passo em direção à possibilidade de melhor compreensão das doenças como mal de Parkinson ou transtornos obsessivo-compulsivos. "A reconstrução de forma muito precisa dos mecanismos moleculares pelos quais a serotonina atua no cérebro, também é importante para entender o que acontece em condições patológicas em que a serotonina não é produzido ou que não encontram os receptores específicos para se ligar", disse o coordenador do pesquisa, Raffaella Tonini, do Departamento de Neuromodulação dos circuitos corticais e subcorticais da IIT.

Em 2013, a mesma equipe estudou o comportamento do cérebro na ausência de serotonina. Agora, os resultados obtidos observando o comportamento do órgão - mesmo que em modelos animais - permitiram dar um passo decisivo à frente. "Tudo somado, é como se tivéssemos encontrado o interruptor ON de neurônios cerebrais específicos", conclui Pasqualetti.

E depois da explicação técnica, o otimismo aparece: "Para o interruptor OFF - ele acrescenta brincando – falaremos talvez, daqui a alguns meses".


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