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martedì 8 ottobre 2024

Riscos da Inteligência Artificial e a campanha da “Luva com seis dedos”

 


Figuras proeminentes do mundo da tecnologia recebem um par de luvas de 6 dedos junto com uma mensagem pessoal.

A premessa necessária é a de que não devemos estigmatizar a inteligência artificial, mas simplesmente realçar o seguinte: é o uso que se faz dela o que determina a validade desta ferramenta. Há coisas que se tornam positivas ou negativas dependendo do uso que você decide fazer delas. Um exemplo trivial é a faca, ela serve para cortar alimentos, mas infelizmente alguns podem usá-la, também, para matar pessoas. Para nos aproximarmos do mundo da tecnologia, pensamos também nas redes sociais: podem encurtar distâncias e tempos de comunicação, criar formas de business alternativos, mas também criar dependência e piorar significativamente a nossa relação com a vida real. A inteligência artificial (IA) oferece muitas oportunidades, mas também pode apresentar perigos, desde a perda de empregos até questões de segurança e privacidade. Ela tem o potencial de automatizar várias funções que atualmente são desempenhadas por humanos, principalmente em áreas como manufatura, atendimento ao cliente e até mesmo algumas profissões especializadas, como advogados e médicos. E a automação em massa pode levar à desemprego em larga escala, criando uma disparidade econômica maior.

Na Segurança, a IA aplicada em sistemas de defesa militar pode levar à criação de armas autônomas, também conhecidas como "robôs assassinos". Essas armas poderiam operar sem controle humano, o que levanta preocupações éticas e de segurança global. Além disso, IA pode ser usada para ataques cibernéticos sofisticados que são difíceis de prever e combater.
Um dos maiores perigos teóricos
da IA é a sua Superinteligência. A criação de uma IA superinteligente poderia eventualmente escapar do controle humano. Se uma IA desenvolver uma capacidade cognitiva muito além da nossa, ela poderia priorizar seus próprios objetivos, que podem não alinhar com os interesses da humanidade.

Preconceitos e desinformação

Alguns sistemas de IA são treinados com dados que podem conter vieses sociais, econômicos ou raciais. Se não forem projetados com cuidado, esses sistemas podem replicar e amplificar esses preconceitos. Exemplos incluem IA de reconhecimento facial que tem dificuldades em identificar corretamente pessoas de certas etnias. Uma inteligência artificial avançada pode ser também usada para manipular opiniões públicas através de conteúdo gerado automaticamente, como deepfakes, que criam vídeos ou áudios falsos que parecem reais. Isso pode ser usado em campanhas de desinformação ou propaganda, afetando a política e a sociedade.

Meeri Haataja, CEO e cofundador da Saidot, disse: "Os sistemas de IA são frequentemente comparados a uma 'caixa preta', com níveis de complexidade e riscos que permanecem ocultos. No entanto, eles não podem ser usados como desculpa para não resolver problemas que já são bem conhecidos. Além disso, a governação responsável da IA requer ações e colaboração de todas as partes da cadeia de valor da IA: é por isso que também reconhecemos as ações de diferentes tipos de operadores que contribuem para uma inteligência artificial mais responsável."

A campanha da “Luva com seis dedos”

Saidot, uma empresa de tecnologia finlandesa, lançou uma campanha destinada a tomadores de decisão e pessoas influentes quando o assunto é IA, com o objetivo de chamar a atenção para os riscos da inteligência artificial. Figuras proeminentes do mundo da tecnologia receberam um par de luvas de 6 dedos junto com uma mensagem pessoal. A campanha de Saidot – intitulada "What’s Your 6 th Finger?” (Qual é o seu sexto dedo?) inspira-se numa falha bem conhecida nos modelos generativos de IA: a tendência de produzir imagens de pessoas com dedos extras. Este “sexto dedo” torna-se assim um símbolo poderoso dos riscos frequentemente ignorados no desenvolvimento e implementação de sistemas de IA. Esta campanha visa tornar a governação da IA relevante e inclusiva para todos, transformando uma metáfora em realidade e enviando a figuras influentes luvas de seis dedos, feitas sob medida, para simbolizar os riscos contidos nos modelos de IA que muitas vezes podem passar despercebidos. Entre os destinatários destes artefatos perturbadores estão nomes proeminentes como Sam Altman, CEO da OpenAI, Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, e Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta. A atriz Scarlett Johansson, recentemente envolvida em uma polêmica sobre o uso indevido de sua voz por um chatbot de IA, também recebeu a singular homenagem.

De maneira mais filosófica, a "Luva com 6 dedos" pode simbolizar a fusão entre humanos e tecnologia, levantando questões éticas sobre até que ponto devemos nos modificar ou depender de tecnologia para evoluir nossas capacidades naturais.

A ideia é provavelmente uma referência a tecnologias de aumento cibernético ou dispositivos projetados para amplificar capacidades humanas. Já existem projetos de protótipos que oferecem um sexto dedo ou dispositivos extras, como uma espécie de prótese inteligente, que pode ajudar em tarefas que requerem mais precisão ou força. O objetivo é aprimorar a capacidade humana, oferecendo mais controle e habilidades. Esses tipos de tecnologia podem ser desenvolvidos para aumentar as capacidades de trabalhadores em áreas como robótica, medicina ou fabricação de alta precisão.

Veera Siivonen, CCO e cofundadora da Saidot, acrescentou: “A IA está se desenvolvendo tão rapidamente que ninguém pode prever totalmente seus impactos e riscos emergentes. É por isso que queremos destacar tanto os passos feitos em direção a uma IA mais segura, quanto com as medidas que devem ser tomadas. Além disso, uma vez que a inteligência artificial é uma tecnologia tão essencial que pode ter um impacto profundo nas nossas vidas, precisamos ter a certeza de que todos compreendam isso. Para além dos grandes avanços que a inteligência artificial traz consigo, também existem riscos significativos envolvidos. As luvas são uma forma de tornar estas preocupações mais tangíveis e compreensíveis para todos."

A Aidot, líder em governação de inteligência artificial (IA), reuniu líderes de todo o mundo para abordar os riscos ocultos da IA e apelar a uma abordagem mais transparente e colaborativa à segurança da IA.

Homo Universalis

É introduzido o conceito de “homo universalis”, uma pessoa particularmente erudita e conhecedora que se destaca em muitas áreas, tanto na arte como na ciência e na literatura, possuindo profundos conhecimentos sobre vários temas como por exemplo, Leonardo Da Vinci, considerado o homo universalis por excelência. Sabemos que ele tinha um conhecimento profundo de qualquer tema científico, a racionalidade de um engenheiro e a criatividade de um artista, estava à frente de seu tempo em pelo menos 500 anos. Diziam que tudo o que ele fez “era perfeito”. Poderia Leonardo competir com a inteligência artificial de hoje? O que dizer, então, de nós, comuns mortais, que certamente não temos tempo nem mente para nos tornarmos um “homo universalis”? Recorrer à inteligência artificial poderá ajudar-nos ou irá entorpecer as nossas mentes e o nosso trabalho?

Todos esses pontos destacam questões decididamente importantes que poderiam ser evitadas tendo em conta a premissa de que cabe a quem utiliza a inteligência artificial evitar correr estes perigos com especial atenção e cuidado. Desse conceito decorre um outro, talvez o mais relevante. O grande limite da inteligência artificial e a grande superioridade da inteligência humana se dá pela capacidade de pensar. Um homem pensa, uma máquina não. A inteligência implica pensar, o fato de nos questionarmos e levantarmos dúvidas, de sentirmos emoções e as traduzirmos em necessidades, de sermos capazes de gerir a complexidade. A IA ainda não é capaz de fazer essas coisas. Portanto, sempre será o homem quem operará a IA. Por isso o convite é usar a IA como suporte para acelerar processos repetitivos e complexos, como fonte de dados de fácil acesso, mas não utilizá-la no lugar da melhor máquina já criada, ou seja, o nosso cérebro. Muito provavelmente nunca seremos “homo universalis” como Leonardo mas certamente poderemos ter a satisfação de dizer: é o resultado do meu trabalho com o apoio da IA ​​e não vice-versa.

Expandir os limites da mente – Cap. 16

As Ideias e Invenções não são casuais – Cap. XXIII