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giovedì 3 novembre 2011

Aberrações! Crianças com o fuzil nas mãos -. Exploradas como soldados e escravas do sexo!

De acordo com os "especialistas", são mais de 250.000 crianças, menores de 18 anos, utilizadas em conflitos armados, dos quais, 300 milhões são crianças menores de 5 anos. Cifras muito aproximativas, pois é difícil decifrar o número exato de crianças que são recrutados pelos exércitos. Podemos acrescentar às crianças com um rifle na mão, outras aberrações como  aquelas que são usadas como escudos humanos, instrumentos de propaganda e simples "trabalhadores" dos exércitos.
Estima-se que cerca de 250.000 crianças no mundo, estão atualmente sendo exploradas como soldados, carregadores, ajudantes ou escravas sexuais e mais de um bilhão de crianças vivem em países ou territórios dilacerado por conflitos armados - cerca de um sexto da população mundial total. Destas, cerca de 300 milhões são crianças menores de 5 anos que sofrem as consequências diretas e indiretas das guerras, bem como os efeitos a longo prazo sobre o seu desenvolvimento e bem-estar. Desde 1998, mais de 100.000 crianças foram desmobilizadas e reintegradas.

A História dramática de Keiji

Uma noite de janeiro 2008, Keiji estava sozinha em casa quando alguns homens armados invadem sua habitação, batem nela violentamente e amarra suas mãos, antes de empurrá-la para a floresta em torno de sua aldeia em Loca, sul do Sudão.

Durante semanas, Keiji atraversa mata fechada de noite e de dia, até chegar ao Congo, onde estão as bases de seus raptores: o Exército da resistencia de Deus (LRA - Lord Resistance Army). Fundada em 1988 em Uganda por Joseph Kony, o homem mais procurado na África, esse grupo que, segundo fontes oficiais, são cerca de mais de 400 homens, há alguns anos deslocou-se para a República Democrática do Congo , República Central Africana e Sul do Sudão, semeando o terror. Massacres, estupros, seqüestros. O rapto de crianças para transformar em soldados e escravas sexuais, tornou-se a "marca registrada" da LRA: pelo menos, 200 mil seqüestrados na região, na última década, segundo estimativas da ONU. É em Garamba, o campo principal no Congo, que Keiji - catorze anos na época – encontra Kony pela primeira vez, líder de seus carnífices. O homem já tem 30 mulheres e 45 namoradas.

Quando me disseram que eu seria a quadragésima sexta, eu disse a ele que não seria possível porque ele era tão velho o suficiente para ser meu avô. Ele me bateu e me forçou a ir para a cama com ele. Comenta Keiji, que conta sua historia com uma vozinha quase inaudível.
Seu calvário durou mais de três anos. Depois de caminhar dia e noite, da África Central a Darfur, com um Kalashnikov no ombro e a cabeça cheia de pacotes pesados. Três anos  vividos ao lado do "tongo-tongo" - corta-garganta em língua Acholi, a única tolerada nas fileiras do LRA.

Em poucos meses, seus raptores a constringem a matar. A primeira vez, matou uma senhora idosa, com pedradas. Em seguida, um homem que Keiji teve que matar com pauladas. Desde então eu sonho com eles constantemente- é uma confissão terrível, pontuada por longos silêncios. Mas não os matava. Eles estavam ao meu lado em uma igreja, e orávamos todos juntos ....
Então, uma noite, Keiji consegue fugir com um outro soldado infantil. Os seqüestradores os perseguem através da  floresta, disparando neles. Keiji é atingida naperna por uma bala, mas encontra a força para continuar caminhando por 12 dias. Até que encontrarm uns pastores Mbororo que os  acompanham ao vilarejo mais próximo, onde as autoridades locais organizam uma viagem para eles, até o centro de acolhimento para crianças-soldados em Yambio.

Grace Akallo – uma menina-soldado, constragida a comer Carne humana e beber o sangue 
Era 2003, quando a guerra civil que ensaguinava o paìs, estava terminando. Os Revolucionários de LURD (Liberians united for reconciliation anddemocracy) na maior parte mulçulmanos, chegaram em Duala, proximidades de Monróvia. Grace se preparava para ir à escola, enquanto seus pais e os dois Irmãos, esperavam fora. O Comandante - Sekou Damate Konneh, - apontando o dedo médio da mão esquerda onde, exibia um anel que, segundo ele, lhe garantia a invencibilidade, ordenou a decapitação de todos membros da família. Grace correu para abraçar o corpo sem cabeça da mãe, mas foi golpeada com a coronha de uma pistola e desmaiou. Acordou vendada, dentro do campo dos Rebeldes, na região de uma floresta, no Condado de Bomi.
Retiraram a venda e lhe apresentaram uma menina de sua idade. Ingenuamente, Grace pensou que tinham trazido a menina para lhe fazer companhia.
Mas, olhando-a nos olhos, o soldado colocou uma arma em suas mãos e a mensagem estava dada. Acrescentaram que se ela rejeitasse, a outra menina seria de qualquer forma morta e matariam ela também. Grace não tinha escolha. Virou a cabeça para o outro lado, apertou o gatilho e desmaiou novamente.
Nos meses seguintes, Grace se tornou a cozinheira do grupo. Hoje, afirma sorrindo: A minha especialidade era cozinhar carne humana. Isso mesmo. Carne humana!

Os canibais ainda existem!
Os rebeldes comiam por dois motivos: primeiro, porque existia uma crença tribal ligada à sociedade secreta de que, comer carne humana se tornava invencível; segundo, porque eram as predas mais faceis de serem capturadas, em torno àquele campo. Os rebeldes colocavam armadilhas construídas com cordas e conseguiam capturar até tres pessoas ao dia. O corpo eram cortados em pequenas partes, amassadas dentro de grandes panelas e cozinhadas. Quando os soldados atacavam uma aldeia e encontravam alguma mulher gravida, capturavam-lhe viva. Abriam o ventre na vertical, arrancavam o coração do feto e era comido cru por Konneh, o comandante. O resto do feto, eles cortavam em pedaços pequenos enfiavam em espetinhos de madeira e deixavam secar ao sol. Ou seja, carne-de sol humana.
Nos combates, era comum os rebeldes pintarem os rostos com sangue humano, e amarravam na testa uma folha de pentash, uma planta semelhante à palmeira.
Beber um copo de água, tornou-se para Grace o seu maior sonho. Conta em lágrimas, as inúmeras vezes que não desejava outra coisa, senão beber água, mas era forçada pelo comandante Konneh, a beber sangue humano. Conta que, quando chovia, corria escondida pela floresta e se conseguisse um pedaço de papel, enrolava como um funil e apoiava em um ramo para colher poucas gotas de água e beber.
Uma noite, tentou matar Konneh enquanto dormia. Com uma mão fez deslizar o anel da invencibilidade que ele tinha no dedo e com a outra pegou um machado para decapitá-lo. Nem precisa dizer que foi descoberta, e enchida de porrada, até sangrar por várias partes do corpo, amarrada e isolada, como prisioneira. Se livrou por acaso. Foi baleada na perna, durante uma invasão dos fiéis do ditador Charles Taylor, conseguiu escapar e encontrar refúgio em uma aldeia, onde foi medicada.
Grace Akallo hoje tem 26 anos, vive em um orfanato  e è assistida por uma psicóloga. Durante os sete meses de criança-soldado, ao contrário de muitas outras, conseguiu sempre manter a lucidez porque evitava de todas as formas, as injeções forçadas de heroina.

Grace, ex-menina-soldado, que vivia em Duo, uma região da Libéria, começou seu calvário a partir de 09 de outubro de 1996 quando as tropas rebeldes do LRA a sequestrou, juntamente com mais 138 crianças, em seu dormitório escolar em Aboke.
Grace é treinado para a guerra. Grace mata. Grace é escrava sexual dos militares. Depois de sete meses, Grace escapa e volta para sua escola. Uma missionária comboniana, Irmã Rachel, se faz de mãe para ela e lhe traz de volta à escola. Tive sorte. Eu tive benfeitores que pagaram meus estudos, diz Grace, que vive em Boston, onde cursa um mestrado em comunicação. Na escola sempre foi muito boa. Terminará no próximo ano.
Mas… e depois… que fará Grace? Voltará em Uganda? Eu tenho falado muito, nos últimos anos, sobre a situação das crianças-soldados no meu país, sobre a situação política. Por agora, é mais apropriado para mim, ficar longe de Uganda. Eu gostaria de permanecer nos EUA, mas… quem sabe! Responde. O Lord Resistance Army do visionário Joseph Kony, ainda hoje aterroriza com suas tropas rebeldes, uma Uganda falsamente pacificada.

De ex-criança soldado no norte do Uganda, agora  Grace é membro fundador da NYPAW. Juntamente com outras ex-crianças soldados na África,  criou a Networkof Young People affected by War (Nypaw), e afirma que essa organização deve ser protagonista dos processos de paz. Enquanto isso, ela também se dedica à Gift of Grace, sua ONG nascente que pretende levar ajuda às crianças que são como ela era um tempo.

Dizem que as crianças-soldados permanecem crianças para sempre. A infância delas foi bloqueada com violência, ao ingressar no exército. Quando se tornam adultos, procuram afeto, carinho, confirmação, como toda criança. Perguntando-lhe como se sente, Grace responde: Eu? Eu me sinto velhissima.